Palmeiras estuda processar dirigente do São Paulo por xenofobia após xingar Abel

Carlos Belmonte, diretor de futebol do Tricolor Paulista, chamou técnico palmeirense de "português de m..." durante reclamação contra a arbitragem após o clássico

Por Gustavo Soler

Palmeiras estuda processar dirigente do São Paulo por xenofobia após xingar Abel
Carlos Belmonte, do São Paulo, xinga Abel Ferreira, técnico do Palmeiras
Divulgação

O Palmeiras estuda a possibilidade de processar o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, por xenofobia. A motivação ocorreu após a fala do dirigente são-paulino contra Abel Ferreira durante a reclamação contra a arbitragem depois do empate em 1 a 1 no MorumBis, pela 11ª rodada do Campeonato Paulista. Na ocasião, Belmonte xingou o técnico palmeirense de “português de m…”.

“Safados do c..! O Abel apitou para vocês, esse português de m…!”, disparou Belmonte.

Essa não foi a única polêmica do clássico entre São Paulo e Palmeiras deste domingo. A arbitragem foi tema central do clássico e participou de lances polêmicos, como o pênalti dado para um Verdão e uma outra penalidade a favor do Tricolor Paulista. O presidente tricolor, Julio Casares, detonou a atuação dos juízes e chegou a dizer que o futebol paulista “está de luto”.

VÍDEO: Confira a reclamação de Julio Casares, presidente do São Paulo, após o clássico Choque-Rei

Além disso, o São Paulo não emprestou a sala de imprensa para o Palmeiras realizar a entrevista do técnico Abel Ferreira. Com a falta de espaço para a realização da coletiva, a delegação do Verdão deixou o MorumBis sem dar declarações. Os clubes se pronunciaram nas redes sociais e apresentaram versões divergentes sobre o caso.

Confira a nota oficial do Palmeiras sobre o caso:

"A Sociedade Esportiva Palmeiras estuda as medidas legais cabíveis contra o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, flagrado xingando de forma xenófoba o técnico Abel Ferreira após o jogo de ontem, no Morumbis. Não há justificativa para as palavras baixas e preconceituosas escolhidas pelo dirigente são-paulino com o intuito de depreciar um profissional íntegro e vitorioso, que vive no Brasil há mais de três anos.

O Palestra Italia nasceu pelas mãos de imigrantes que resistiram à intolerância para que o clube não morresse. A nossa história foi construída com o amor e a dedicação de jogadores, profissionais e torcedores de diferentes nacionalidades e etnias, sem distinção. Repudiamos, portanto, qualquer tipo de discriminação, quanto mais ofensas que incitem a aversão a estrangeiros.

Não é segredo que o futebol brasileiro atravessa um momento perigoso, com casos cada vez mais frequentes de violência, como o brutal ataque ao ônibus da delegação do Fortaleza, há menos de duas semanas, e a morte de um torcedor em Belo Horizonte (MG), no último sábado (2). Neste cenário complexo e desafiador, cabe a quem comanda o compromisso com a responsabilidade, não com o ódio.

Desse modo, lamentamos também a postura do presidente do São Paulo, Júlio Casares, que, em um pronunciamento raivoso na zona mista do estádio, desrespeitou gratuitamente o técnico Abel Ferreira. Trata-se de um comportamento inadequado e incompatível com quem ocupa um cargo de tamanha relevância. O desequilíbrio, a insensatez e a histeria somente potencializam a violência que todos, juntos, deveríamos combater.

Reiteramos que estamos analisando as medidas judiciais cabíveis para proteger o nosso treinador e o próprio Palmeiras"

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