Paulo Nobre pode voltar a ser candidato à presidência do Palmeiras. A informação foi trazida com exclusividade por Neto, no Apito Final, da Band, deste domingo (15). De acordo com o apresentador, existe a possibilidade de o dirigente do Verdão retornar à função de conselheiro vitalício e disputar uma eleição contra Leila Pereira, atual mandatária.
“Ela (Leila) ganha (a eleição) de braçada. A não ser que dê tempo do Paulo Nobre, essa é a informação que eu tenho, voltar a ser conselheiro vitalício do Palmeiras. Ele pode voltar e brigaria novamente para ser presidente”
Paulo Nobre foi presidente do Palmeiras entre 2013 e 2016 e esteve no cargo quando a Crefisa, empresa de Leila Pereira, tornou-se patrocinadora do Verdão. O ex-dirigente abriu mão do cargo de conselheiro vitalício em 2018 e rompeu relações com a atual mandatária. Recentemente, inclusive, Nobre fez uma carta aberta contra Leila Pereira pelas declarações dadas na entrevista coletiva na última quarta-feira (11), na Academia de Futebol.
“Ao ver sua infeliz entrevista coletiva, Senhora Presidente, vossa senhoria me fez chorar. De indignação, de nojo e de raiva, por ver o Palestra ser humilhado em rede nacional por uma dirigente sem noção que não tem ideia do que é ser palmeirense”, disparou Nobre na carta.
“Sua arrogância e soberba culminaram na tentativa de reescrever os fatos, falando que só não fomos rebaixados em 2014 por ajuda de outro clube. Não me surpreende esta sua fala, já que a senhora não conhece mesmo quase nada das nossas dores e glórias, uma vez que descobriu que o Palmeiras existe há menos de dez anos”, continuou.
Leia a carta de Paulo Nobre para Leila Pereira na íntegra:
Senhora Presidente,
Vossa Senhoria e todos os palmeirenses sabem que me recolhi ao papel de simples torcedor depois de renunciar ao cargo de conselheiro vitalício da Sociedade Esportiva Palmeiras, em 2018, para não ter que conviver mais com pessoas como a senhora e sua turma.
Em silêncio, nestes seis anos e meio desde que deixei o cargo de presidente, a maior honraria e o maior desafio da minha vida, verti lágrimas de alegria e sofrimento com os títulos conquistados e as duras derrotas em campo.
Mas ontem, ao ver sua infeliz entrevista coletiva, Senhora Presidente, vossa senhoria me fez chorar. De indignação, de nojo e de raiva, por ver o Palestra ser humilhado em rede nacional por uma dirigente sem noção que não tem ideia do que é ser palmeirense.
Ontem, o Palmeiras sofreu um enorme ataque de quem tem o dever, moral e de ofício, de defendê-lo. Não sei se a senhora alcança isso. Provavelmente não!
Sua arrogância e soberba culminaram na tentativa de reescrever os fatos, falando que só não fomos rebaixados em 2014 por ajuda de outro clube.
Não me surpreende esta sua fala, já que a senhora não conhece mesmo quase nada das nossas dores e glórias, uma vez que descobriu que o Palmeiras existe há menos de dez anos.
Em vários outros momentos de sua ainda inexpressiva gestão como presidente, o sentimento que a senhora gerou em mim e na família palmeirenses foi apenas o de vergonha alheia.
Como por exemplo quando simulou estar ensinando jogadores a bater pênaltis ou quando serviu água ao elenco, como aeromoça, no seu caríssimo avião. Isso para não falar de suas aparições histéricas, pulando e simulando uma alegria falsa em vitórias do Palmeiras.
Em outras oportunidades, a senhora apenas gerou desconfiança sobre sua capacidade de liderar, com seu habitual silêncio nas eliminações de competições importantes ou quando proibiu todo o elenco de dar entrevistas sem nenhum motivo plausível.
Mas ontem a senhora passou de todos os limites, senhora Presidente. E tenho certeza de que o sentimento que gerou, em mim e em milhões de pessoas, foi de asco e revolta mesmo.
O Palmeiras não foi fundado em 2015. Dizer que, antes da senhora e das suas empresas aqui chegarem, vivíamos apenas de sofrimento fala muito mais sobre sua ignorância rotineira do que sobre nossa trajetória.
Ao contrário do que a senhora quer fazer crer, a história de luta e conquistas desta família não começou quando as suas empresas passaram a ser patrocinadora da paixão de milhões de pessoas, coletividade da qual a senhora não faz parte. O seu dinheiro pode comprar muita coisa, mas a senhora nunca será uma de nós de verdade.
Me permita, senhora presidente, contar um pouco da história do clube que vossa senhoria preside. Sem a Crefisa na camisa, já éramos o maior campeão do Brasil. Havíamos pintado a América de verde e branco. Nos vingamos do Maracanazzo e nos tornamos o primeiro campeão mundial de clubes, em 1951. Representamos a Seleção brasileira em 1965, entre tantos outros feitos que a senhora demonstra desconhecer. Sofremos várias vezes, sim. Mas sempre demos a volta por cima com altivez. E sua petulante praga de que voltaremos à segunda divisão quando a senhora pegar suas bolsas caríssimas e sair do cargo de presidente, ah essa praga não vai pegar!
Apesar de não conhecer quase nada da nossa história, a senhora já deve ter ouvido que explicar a emoção de ser palmeirense a um palmeirense é totalmente desnecessário. E explicar essa emoção para a senhora, que não nasceu Palestra, é simplesmente impossível. O orgulho de SER PALMEIRENSE SEMPRE E EM QUALQUER SITUAÇÃO precede a emoção de ser campeão! Difícil para senhora entender, não é?!
Tenha o mínimo de decoro e decência, senhora presidente. Respeite a Sociedade Esportiva que lhe tirou do anonimato. Honre e respeite o privilégio de ter em suas mãos o poder de representar este clube centenário, que é a razão de viver de milhões de pessoas.