CBF, FPF e clubes brasileiros lamentam morte do narrador Silvio Luiz

Jornalista faleceu nesta quinta-feira (16), aos 89 anos; ele estava internado por conta de um problema renal

Da Redação

A CBF e diversos clubes brasileiros lamentaram a morte do narrador esportivo Silvio Luiz nesta quinta-feira (16), aos 89 anos. O jornalista estava internado no Hospital Oswaldo Cruz desde o dia 8 de maio por conta de um problema renal. Ele também havia sido socorrido após passar mal durante a transmissão da final do Campeonato Paulista.

"O Silvio Luiz era uma craque do jornalismo. Além de saber tudo sobre o esporte, ele sempre nos passava alegria e nos divertia nas suas narrações. A CBF presta solidariedade a seus familiares e amigos neste momento de dor", afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. 

A Federação Paulista de Futebol também lamentou o falecimento de Silvio Luiz nesta quinta-feira.

A trajetória de Silvio Luiz

Nascido em São Paulo, no dia 14 de julho de 1934, Silvio Luiz era filho de pai eletricista e mão locutora, de quem herdou o dom e a paixão pela comunicação.

Foi na terra da garoa que Silvio iniciou a sua carreira no rádio, como interprete de uma novela na Rádio São Paulo, em 1952. Seu papel era de um carteiro, com uma simples fala: “uma carta para o senhor”.

Em 1958, passou a atuar na televisão, estreando na novela “Éramos Seis”, da TV Record, com o personagem Julinho. Mas a sua paixão estava mesmo nas transmissões esportivas, tendo começado como repórter em 1960, pela Rádio Record.

Sua vontade de aprender e compreender o futebol era tão grande que decidiu se inscrever na Escola de Árbitros da Federação Paulista de Futebol e, em 1970, foi um dos assistentes de arbitragem na partida entre São Paulo e Porto, de Portugal, jogo que marcou a inauguração total do estádio Cicero Pompeu de Toledo, o Morumbi.

Em 1971 voltou a trabalhar com transmissões esportivas, dessa vez como apresentador e narrador, tornando suas célebres frases "pelas barbas do profeta", "pelo amor dos meus filhinhos", "olho no lance" e muitas outras em bordões que vivem até os dias atuais na memória de muitos torcedores.

Em 1987 teve a sua primeira passagem pelo Grupo Bandeirantes, como um dos grandes nomes da equipe liderada por Luciano do Valle na Rádio Bandeirantes, onde ficou até 1996.

Voltou para o grupo em 1999, dessa vez para a TV, onde levou consigo não apenas sua voz marcante, mas também uma abordagem revolucionária, e narrou diversas competições, como o Campeonato Italiano. Nesse período também foi um dos responsáveis por inaugurar o canal por assinatura BandSports, que foi sua casa até 2010.

Silvio foi casado com a cantora Márcia, voz de músicas como "Ronda" e "Eu e a Brisa", que fizeram sucesso nos anos 60, com quem teve três filhos.

Dentre as curiosidades de sua vida, Silvio Luiz tentou a presidência da Federação Paulista de Futebol (FPF) por duas vezes, em 1982 e 1985, recebendo dois e quatro votos respectivamente, e apesar de ter sido narrador de futebol por grande parte de sua vida, se orgulhava por nunca ter gritado gol em suas transmissões.

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