O ônibus dos jogadores do Grêmio foi atacado no final da tarde deste sábado (26), a caminho do clássico contra o Internacional. O jogo é válido pela nona rodada da primeira fase do Campeonato Gaúcho de 2022. A equipe tricolor informou que não disputará a partida.
De acordo com a Rádio Bandeirantes, a assessoria do Grêmio informou que pedras foram atiradas por torcedores do Inter. O ataque aconteceu na avenida Edvaldo Pereira Paiva, na chegada ao Beira-Rio, e deixou avarias no do veículo.
Informações iniciais apontam que pelo menos três jogadores ficaram feridos: Thiago Santos, Mathías Villasanti e Jaminton Campaz. Villasanti recebeu um atendimento inicial ainda dentro do ônibus, antes de ser encaminhado para um hospital.
O jogo foi marcado para as 19h. No entanto, por volta das 18h, o ônibus tricolor sinalizou com a possibilidade de ir embora do local, conforme decisão da diretoria - os dirigentes foram ao estádio em outro veículo.
“Em princípio, o Grêmio não joga, porque não tem condição de segurança. Tem um desequilíbrio técnico importante. O Villasanti era um jogador que ia para o jogo, além de outros jogadores que também estão machucados, não com a gravidade do Villasanti”, afirmou Carlos Amodeo, CEO do Grêmio, em declarações veiculadas pela Rádio Bandeirantes.
A delegação do Internacional chegou ao estádio por volta das 17h40. Os colorados desembarcaram sem problemas e chegaram a subir ao gramado para o aquecimento.
O presidente do Inter, Alessandro Barcellos, prometeu contribuir com as investigações.
Grêmio decide não jogar
Mais tarde, às 18h40, o presidente gremista Romildo Bolzan Jr. informou que o time não entrará em campo neste sábado para a disputa do Gre-Nal. Segundo Bolzan, os ocupantes do ônibus foram surpreendidos pelos ataques de uma pedra e de uma barra de ferro.
“Foi um susto, mas ninguém tinha visto inicialmente a consequência. Houve um silêncio, depois quando chegamos verificou-se os jogadores estavam completamente em estilhaços de vidro, e o Villasanti sofreu (o ferimento). Uma parte da pedra pegou no seu rosto, embaixo dos seus olhos, e ficou completamente atordoado”, descreveu.
Bolzan informou que o a equipe não entrará em campo por falta de segurança, pelo desequilíbrio técnico provocado pelas baixas no elenco e pelo impacto emocional nos atletas. O clube esperava apenas a chegada do presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Luciano Dahmer Hocsman, que estava em Caxias do Sul, para definir a situação.
“Já fizemos a comunicação oficial ao delegado do jogo, já fizemos a comunicação a arbitragem do jogo, ao presidente do TJD que estava aqui também”, disse.
No Twitter, o Grêmio reforçou a decisão de não entrar em campo neste sábado. “Diante de agressão covarde e absurda sofrida por nossa delegação, já comunicamos à Federação Gaúcha de Futebol nossa decisão de não disputar o clássico Grenal neste sábado", comunicou o clube.
"Nossa atenção neste momento está toda voltada ao atendimento do atleta Villasanti, atingido no rosto por uma pedra, a aos outros membros da delegação machucados. Para além do desequilíbrio técnico gerado pelo ato criminoso e da ausência de clima esportivo para a partida, a decisão do Grêmio também é uma manifestação de repúdio a toda forma de violência”, acrescentou.
A agressão é pelo menos a terceira do tipo contra times brasileiros nos últimos três dias. Na noite da última quinta-feira (24), os ônibus dos elencos de Bahia e Náutico também foram alvo de ataques, mas das próprias torcidas.
O presidente do Inter disse que concorda com a não realização da partida, mas que não há decisão oficial da Federação Gaúcha.