O técnico Abel Ferreira desabafou sobre a cobrança que é feita a jogadores no Brasil após a conquista do tricampeonato paulista. Ao falar de jogadores que foram alvo de críticas de torcedores e imprensa, como o goleiro Weverton e o centroavante Flaco López, o treinador palmeirense falou que o Brasil "mata jogadores mentalmente" e pediu mais paciência.
"Não é criticar, aqui matam os jogadores. Não é só do Palmeiras, é de forma geral. O jogador que consegue ser forte mentalmente no Brasil, joga fácil em qualquer campeonato do mundo. Aqui não criticam, aqui matam o jogador mentalmente. É forte, mas é isso", afirmou Abel. "Não tem mais 10 dentro de campo, mais o treinador? "Não aceito que façam do jogador um herói ou um vilão. Temos que ter paciência", completou.
Abel fez questão de defender o seu goleiro, autor de grandes defesas que impediram que o Santos vazasse a meta palmeirense em várias oportunidades na vitória por 2 a 0 no Allianz Parque. "O Weverton teve nota 10 e fico feliz por ele lidar com as críticas com a maturidade que ele tem, críticas que não vieram da comissão técnica e nem dos jogadores, veio da imprensa. Ele soube lidar com isso e soube em momentos chaves do jogo segurar o zero no placar", afirmou.
O português voltou a falar sobre as cobranças para se manter em alto nível após tantas conquistas pelo clube - neste domingo ele se tornou o técnico mais vencedor da história do Palmeiras, com 10 títulos, ao lado de Oswaldo Brandão. "Não é só difícil ganhar, é difícil lidar com todas as expectativas que vocês (imprensa) colocam em cima da minha equipe e eu preciso desmontá-las. Os jogadores conseguem lidar com esses momentos de pressão. O grande mérito dessa equipe é não se deslumbrar quando ganha e nem se abater quando perde, como na derrota contra o São Paulo", disse Abel, citando o vice na Supercopa do Brasil, em janeiro.
"Não posso prometer que vamos ganhar sempre, não sei como vocês, jornalistas, vão lidar quando não ganharmos. Eu sei muito bem qual é o o meu trabalho. Eu acredito naquilo que eu faço, não é arrogância", falou o técnico tricampeão brasileiro.