Em um Maracanã lotado, o jovem Pelé, aos 20 anos de idade, pega a bola no campo de defesa do Santos aos 40 minutos do primeiro tempo, é vaiado pela torcida do Fluminense e começa uma arrancada antológica rumo ao gol do time carioca.
O camisa 10, que em 1958, aos 17 anos, foi campeão do mundo pelo Brasil, driblou nada menos que oito adversários até ficar de frente para o goleiro Carlos Castilho. Sem cerimônia, Pelé aplicou um desconcertante drible da vaca no arqueiro e ampliou o placar para 2 a 0 para o time paulista no confronto pelo Torneio Rio-São Paulo.
Era o dia 5 de março de 1961. O Santos venceria a partida por 3 a 1, mas as cerca de 130 mil pessoas que estavam no estádio nem se lembravam do placar, mas sim do golaço do futuro Rei do Futebol.
Na tribuna de imprensa, o jovem jornalista Joelmir Beting e o veterano Nelson Rodrigues acompanharam o gol que transformou vaias em aplausos no Maracanã. O cronista carioca olhou para Joelmir e disse:
"Que pena ,guri, que esse gol não vai ter memória!"
Com isso na cabeça, Joelmir propôs ao seu chefe no jornal “O Esporte” que a publicação confeccionasse uma placa para homenagear o lance histórico. O editor topou e o jornalista fez todo o trabalho.
"Eu que fiz a placa, paguei com dinheiro do meu bolso, fui ao Maracanã e instalei a placa. Não sou autor da expressão 'gol de placa', eu sou o autor da placa do gol que gerou a expressão gol de placa, comentou o jornalista anos depois na TV Bandeirantes.
Pelé ficou conhecendo a história por trás da placa quatro décadas mais tarde e também resolveu homenagear Joelmir com uma placa: "Gratidão eterna do autor do gol de placa ao autor da placa do gol".