O AS Pirae é o time menos conhecido do Mundial de Clubes da FIFA. Até um mês antes da disputa da competição, o clube do Taiti não sabia que iria participar do torneio e possui jogadores com história muito curiosas e que dividem a carreira no futebol e em outras áreas.
O Pirae estreia no Mundial nesta quinta-feira (3), às 13h30, contra o Al Jazira, dos Emirados Árabes Unidos, com transmissão do band.com.br e Bandplay.
Um dos jogadores com uma história curiosa que está na delegação do Pirae em Abu Dhabi é o atacante Rooarii Tinirauarii, sobrinho do treinador do AS Pirae, Naea Bennett, e neto de Errol Bennett, dois dos maiores jogadores da história da Polinésia Francesa.
Até 2018, Rooarii era um missionário mórmon e estava no Togo, quando teve algumas horas de folga, algo raro na vida de um missionário, e aproveitou para assistir à final da Copa do Mundo de 2018 e se encantou com o futebol e N’Golo Kante, que ajudou a França a conquistar o mundo.
Apesar de ser fã de Kante, Rooarii não quer ver o meia do Chelsea conquistar o mundo dessa vez.
“Não acredito que isso está realmente acontecendo”, disse Rooarii à FIFA - “Cada vez que acordo, demoro alguns segundos para perceber que não estou ainda em um sonho. Na verdade, estou no Mundial de Clubes! É louco” completou.
Atualmente, além de defender as cores do Pirae nos gramados, Rooarii também é policial em tempo integral e teve que escrever uma carta para o chefe da polícia do Taiti e “implorar e rezar”, como disse o próprio atacante.
"Eu estava com tanto medo", disse Tinirauarii - “Eu estava tremendo enquanto escrevia a carta. Eu estava tão preocupado porque era muito tarde e pensei que ele pensaria que futebol é um hobby e diria não. Tive noites sem dormir. Eu estava convencido de que ele diria não. “Mas então ele disse: 'É uma honra ter um policial jogando no Mundial de Clubes. Você vai”, contou o contente atacante.
O atacante tem dificuldades de conciliar sua jornada na polícia com a da equipe do Pirae. Rooarii trabalha uma semana durante o dia e na seguinte durante a noite. Quando precisa trabalhar na polícia durante as noites do Taiti, não cosegue treinar com o time e tenta recuperar fazendo sua preparação sozinho no tempo que tem.
“É muito difícil praticar um esporte coletivo como futebol por conta própria, mas eu corro, vou à academia e pratico tiro”, conta Rooarii.