Mundial de Clubes

Mundial de Clubes: Atacante do Pirae "implorou" ao chefe da polícia para jogar

AS Pirae enfrenta o Al Jazira na abertura do Mundial de Clubes nesta quinta (3), às 13h30, com transmissão do band.com.br

Por Rodrigo Lima

Rooarii Tinirauarii em Abu Dhabi, sede do Mundial de Clubes
Rooarii Tinirauarii em Abu Dhabi, sede do Mundial de Clubes
FIFA

O AS Pirae é o time menos conhecido do Mundial de Clubes da FIFA. Até um mês antes da disputa da competição, o clube do Taiti não sabia que iria participar do torneio e possui jogadores com história muito curiosas e que dividem a carreira no futebol e em outras áreas.

O Pirae estreia no Mundial nesta quinta-feira (3), às 13h30, contra o Al Jazira, dos Emirados Árabes Unidos, com transmissão do band.com.br e Bandplay.

Um dos jogadores com uma história curiosa que está na delegação do Pirae em Abu Dhabi é o atacante Rooarii Tinirauarii, sobrinho do treinador do AS Pirae, Naea Bennett, e neto de Errol Bennett, dois dos maiores jogadores da história da Polinésia Francesa.

Até 2018, Rooarii era um missionário mórmon e estava no Togo, quando teve algumas horas de folga, algo raro na vida de um missionário, e aproveitou para assistir à final da Copa do Mundo de 2018 e se encantou com o futebol e N’Golo Kante, que ajudou a França a conquistar o mundo.

Apesar de ser fã de Kante, Rooarii não quer ver o meia do Chelsea conquistar o mundo dessa vez.  

“Não acredito que isso está realmente acontecendo”, disse Rooarii à FIFA - “Cada vez que acordo, demoro alguns segundos para perceber que não estou ainda em um sonho. Na verdade, estou no Mundial de Clubes! É louco” completou.

Atualmente, além de defender as cores do Pirae nos gramados, Rooarii também é policial em tempo integral e teve que escrever uma carta para o chefe da polícia do Taiti e “implorar e rezar”, como disse o próprio atacante.

"Eu estava com tanto medo", disse Tinirauarii - “Eu estava tremendo enquanto escrevia a carta. Eu estava tão preocupado porque era muito tarde e pensei que ele pensaria que futebol é um hobby e diria não. Tive noites sem dormir. Eu estava convencido de que ele diria não. “Mas então ele disse: 'É uma honra ter um policial jogando no Mundial de Clubes. Você vai”, contou o contente atacante.

O atacante tem dificuldades de conciliar sua jornada na polícia com a da equipe do Pirae. Rooarii trabalha uma semana durante o dia e na seguinte durante a noite. Quando precisa trabalhar na polícia durante as noites do Taiti, não cosegue treinar com o time e tenta recuperar fazendo sua preparação sozinho no tempo que tem.  

“É muito difícil praticar um esporte coletivo como futebol por conta própria, mas eu corro, vou à academia e pratico tiro”, conta Rooarii.

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