A Copa do Mundo de 1994 terminou como começou: com pênalti perdido. Nada a ver com o jogo de estreia, pelo menos com a bola rolando, quando a Alemanha venceu a Bolívia por 1 a 0, mas sim com a cerimônia de abertura antes do jogo.
Na festa armada pelos organizadores do Mundial dos Estados Unidos, no dia 17 de julho, a cantora Diana Ross cruzaria o gramado do estádio Soldier Field, em Chicago, até chegar à marca do pênalti. Dali, a diva cobraria a penalidade e marcaria o “primeiro gol” da Copa. Tudo com o "jeitão" americano de realizar grandes eventos, com uma festa de magnitude até então inédita para os padrões do Mundial de futebol da Fifa.
Até a batida, tudo certo. Mas na hora de entrar informalmente para o panteão da artilharia do Mundial da Fifa, Diana pegou mal de pé direito e chutou para fora, longe da meta, no lado direito do goleiro - sim, tinha pelo menos um goleiro.
Pelo menos alguma coisa funcionou: a trave, falsa, quebrou ao meio. O efeito, porém, foi chinfrim, como diria o carnavalesco Milton Cunha.
O detalhe é que, para facilitar, a trave foi colocada bem à frente, em cima da linha da pequena área. Ainda assim, a diva errou o alvo. Em seguida, Diana subiu em um palco atrás do gol e fez um pocket show.
Veja no clip abaixo, produzido pela Fifa, a pixotada de Diana Ross:
Ninguém imaginava, porém, que a cena ridícula da abertura serviria como uma premonição do momento mais importante daquela Copa: simplesmente o lance que definiria o campeão.
Exatamente um mês depois da abertura, no estádio Rose Bowl, em Pasadena, na Califórnia, após o empate zerado no tempo normal e na prorrogação, Brasil e Itália decidem na disputa de pênaltis quem seria a primeira seleção tetracampeã do mundo.
Após oito cobranças, o craque italiano Roberto Baggio foi para a marca do pênalti. E repetindo a cantora, Baggio desperdiçou a batida, para a alegria dos brasileiros. Só que dessa vez a trave estava no lugar certo, e o único efeito especial foi a festa da Seleção vestida de amarelo na ensolarada tarde de verão californiano.