Copa do Mundo

Telstar, Jabulani e Brazuca: Conheça as bolas das Copas do Mundo

Assim como o futebol, as bolas utilizadas nas Copas do Mundo tiveram transformações importantes para o desenvolvimento da modalidade. Fizemos uma lista para contar sobre essas evoluções

Por Marcella Azevedo

De couro, com e sem costura. Algumas com 36 gomos, outras com apenas seis. Marrons, amareladas ou preta e branca. Umas tão pesadas que os atletas jogavam com uma proteção na cabeça e outras tão leves que geraram reclamações no meio dos atletas. Diversas mudanças ocorreram nas bolas de futebol desde que o mundo é mundo. E a Copa do Mundo sempre esteve na vanguarda das mudanças na tecnologia das “gorduchinhas”. 

Conheça todas as bolas e como elas evoluíram desde 1930:

AS BOLAS DAS PRIMEIRAS COPAS

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Nas primeiras edições de Copa do Mundo, não existia um padrão específico para a bola utilizada nos jogos. Tanto que na Copa de 1930, o primeiro tempo foi com a bola Tiento (fabricada na Argentina), e o segundo tempo com a T-Model (fabricada no Uruguai). Ambas eram feitas à mão. O material utilizado era o couro, com costura espessa e bexiga interna. A diferença entre ambas, é que a bola uruguaia era mais pesada e maior. Na Copa de 1938, a mudança era que ao invés das costuras de couro, foram substituídas por de algodão e deixava a bola menos pesada.

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A PADRONIZAÇÃO 

Somente em 1958 a Fifa começou a fornecer bola para o Mundial. A partir daí, todos os jogos seguiram com o mesmo padrão de bola. A Top Star foi a primeira a utilizar 24 gomos. Na Copa seguinte, a “Crack” diminuiu a quantidade de gomos (18) e também trouxe uma válvula de látex, mas foi muito criticada por conta da qualidade: quando tomava chuva, a bola ficava muito mais pesada, semelhante às primeiras usadas na década de 30. Tanto a Top Star quanto a Crack possuíam cores amareladas. 

TELSTAR 

A primeira vez que uma bola de Copa do Mundo mudou de “amarelada” para preta e branca foi na edição de 1970. A bola possuía 32 gomos e trouxe as cores preta e branca para facilitar a visualização nas televisões, uma vez que naquele tempo não existia TV a cores e foi a primeira vez que os jogos foram transmitidos ao vivo. O nome significa “estrela da televisão”, bem emblemático para o momento. Em 1974, a Telstar recebeu um revestimento para garantir que não perdesse qualidade ao entrar em contato com a chuva.

TANGO

Para a Copa do Mundo na Argentina, em 1978, a fornecedora que fabricava as bolas deu o nome de “tango”, em referência ao ritmo mais conhecido dos hermanos. O modelo trouxe um design diferenciado: Possuía 36 gomos e um triângulo arredondado, na cor preta, que dava um efeito diferente ao rolar na grama. A Tango Espanha tinha uma costura impermeável, que impedia que a água da chuva aumentasse o peso da bola. Foi a última bola a ser fabricada em couro. 

FIM DA ERA DA BOLA DE COURO

A primeira edição de uma Copa do Mundo sem uma bola de couro foi em 1986, no México. A Azteca era sintética e com mais resistência à água. Possuía elementos culturais, inspirados nos grafismos astecas. 

Seguindo com a recente tradição de homenagear o país sede, a bola da Copa seguinte, realizada na Itália, em 1990, recebeu o desenho de cabeças de leões etruscos que era uma civilização antiga que habitou o local onde hoje é a Itália. A Etrusco, foi confeccionada com uma espuma de poliuretano, que deixava a redonda ainda mais resistente à água. 

A bola de 1994 causou polêmica entre as seleções. A Questra ganhou uma camada de  polietileno, que aumentava a velocidade da bola nos chutes. A imprevisibilidade dos chutes enganava bastante os goleiros, principalmente quando a Questra estava molhada. O nome surgiu através da frase “‘The quest for the stars”, ou “a busca pelas estrelas.”

FIM DA ERA TANGO

A Copa do Mundo de 2002 chegou com uma bola revolucionária. A Fevernova abandonou o estilo da Tango e trouxe um novo estilo no desenho da redonda. Alguns triângulos nas cores verde, vermelho e dourado faziam o novo design. E pela primeira vez,a bola passou a ter três camadas de espuma sintética. Ficou conhecida por tamanha leveza que possuía.

“JABULAAANI”

Muitas bolas receberam críticas ao longo das Copas, mas nenhuma se compara com a Jabulani. A redonda da Copa do Mundo da África, em 2010, possuía apenas oito gomos e era muito leve. Jogadores de linha e principalmente goleiros reclamaram bastante da bola e da trajetória que ela fazia ao ser chutada. Como era um design liso, quase sem costura, a bola acelerava muito, principalmente em jogadas aéreas. Ela era composta com um desenho em 11 cores, representando os 11 dialetos da África do Sul.

BRASIL 2014

A Brazuca, utilizada na Copa do Mundo do Brasil, em 2014, foi a primeira com apenas seis gomos. Uma nova tecnologia com rugosidade nas placas teve uma estabilidade maior nos chutes e foi bem aceita pelos atletas. Para evitar duras críticas, como recebeu a Jabulani, a bola foi avaliada por mais de 600 jogadores e mais de 30 clubes, em um período de dois anos. A Brazuca foi a primeira bola que recebeu o nome diante votação popular pela internet.

A VOLTA DA TELSTAR

A Copa da Rússia, em 2018,  recebeu de volta a clássica bola Telstar. Com um design reformulado, mas com as mesmas cores e modelo da bola de 1970. Os 32 gomos voltaram, mas com foco na sustentabilidade e utilizando materiais reciclados para sua fabricação. Foi a primeira vez que um chip NFC foi implantado em uma bola de futebol. 

E A BOLA DO CATAR?

A  Al Rihla, vem do árabe e significa “a jornada”. A bola possui 20 gomos e implementou materiais sustentáveis. Ela tem a tecnologia do CTR-Core que aumenta a precisão, garante maior estabilidade e velocidade. Outra grande novidade da redonda é que 1% das vendas da novidade será revertido para o Common Goal, uma instituição de caridade que busca usar o futebol como ferramenta para atender a diferentes questões sociais.

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