Copa do Mundo

De “tampão” a campeão: como Lionel Scaloni entrou para a história da Argentina

Com Messi e companhia, técnico conquistou a Copa do Mundo neste domingo (18) em um final histórica contra a França

Gerson Nichollas

Lionel Scaloni durante a final da Copa do Mundo de 2022
Lionel Scaloni durante a final da Copa do Mundo de 2022
Carl Recine/Reuters

Neste domingo (18), a Argentina voltou a conquistar a Copa do Mundo após 36 anos. O título veio para coroar a carreira de Lionel Messi e abrilhantar a trajetória de seu xará: Lionel Scaloni.

De técnico “tampão” a campeão mundial, foi um coadjuvante de luxo na consagração de Messi - eleito o melhor jogador da Copa - para entrar de vez na história do futebol albiceleste.  

Trajetória como técnico

Com 44 anos, Lionel Scaloni foi o treinador mais jovem da Copa do Mundo no Catar e está no seu primeiro trabalho como técnico principal.  

Antes disso, foi auxiliar de Jorge Sampaoli no Sevilla e na própria Seleção Argentina. Assumiu a Albiceleste em 2018, quando Sampaoli foi demitido após o Mundial na Rússia.

Na época, a AFA (Associação do Futebol Argentino) estava em crise e não possuía orçamento para buscar um outro técnico de prestígio. Dessa maneira, Scaloni começou como interino, mas, após o bom desempenho dentro de campo, foi efetivado sob grande desconfiança da imprensa local.

A aposta deu certo e o jovem treinador logo caiu nas graças do povo. Em pouco tempo de trabalho, desenvolveu uma evolução notória dentro de campo e aproximou novamente os jogadores da torcida.  

Entre os grandes feitos, ajudou a encerrar um jejum de 28 anos sem títulos do país, quando, em julho de 2021, levou a Argentina ao título da Copa América diante do Brasil em pleno Maracanã. Depois disso, ainda levantou o troféu da Finalíssima diante da Itália e atingiu a marca de 36 jogos de invencibilidade.  

Para coroar, conquistou a Copa do Mundo neste domingo em uma partida eletrizante, onde a Argentina venceu a França após disputa de pênaltis. A campanha marcou a coragem do treinador, que mudou a escalação e o esquema tático a cada jogo, buscando sempre a melhor adaptação ao adversário.

“Ainda não conseguimos nos dar conta desse momento. É hora de desfrutar. Nós que viemos dentro disso estamos sempre viajando, acostumados a altos e baixos, lesões... É uma coisa incrível desfrutar disso, estar acima do que nós jamais poderíamos imaginar”, disse após a final.

Como jogador, Scaloni foi um dos 23 convocados da Argentina para a Copa do Mundo de 2006, no plantel estava o seu xará Messi, que estreava em mundiais, além de Ayala e Pablo Aimar, hoje auxiliares do treinador na Argentina. Simbólico.

Com o filho no colo, ao ser questionado a quem ele desejaria agradecer após a consagração mundial, o comandante foi às lágrimas.  

“A gente sempre fala 'a família'. No meu caso meu pai, se estiver me vendo, acredito que sim, minha mãe também... [começa a chorar]. Eles me ensinaram a entender que eu não podia nunca desistir. Que as pessoas entendam que, não só eu como qualquer outro treinador quer fazer as coisas bem. E eu tenho a sorte de estar aqui”, finalizou.  

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