Copa do Mundo

Pouco valorizada pelos grandes, disputa de 3º lugar da Copa tem prêmio recorde

Marrocos faz campanha impressionante e garante melhor marca da história, enquanto a Croácia disputa terceiro lugar pela segunda vez

Da redação

Jogadores do Marrocos agradecem torcida no Catar
Jogadores do Marrocos agradecem torcida no Catar
Molly Darlington/Reuters

Neste sábado (17), Croácia e Marrocos disputam o terceiro lugar da Copa do Mundo. Após terem eliminado grandes equipes como Brasil e Portugal, as duas seleções chegaram à semifinal, mas foram derrotadas pela Argentina e pela França, respectivamente. A partida será no Estádio Internacional Khalifa, às 12h (horário de Brasília), um dia antes da grande final.

O Marrocos fez uma campanha histórica no Catar vencendo Espanha e Portugal nas fases finais, e essa é sua melhor marca na Copa do Mundo. Nas seis edições anteriores que havia participado, nos anos 1970, 1986, 1994, 1998, 2018 e 2022, os marroquinos fizeram sua melhor aparição em 1986, quando chegaram às oitavas de final.

Uma vitória neste sábado será um feito gigantesco não só para os marroquinos, mas para todo a África, que até o Mundial do Catar nunca havia emplacado um representante em semifinais.

Esta é a segunda vez que os croatas disputam o terceiro lugar. Em 1998, na França, eles ficaram em terceiro após vencerem a Holanda por 2 a 1. O resultado foi considerado uma zebra, pois era uma seleção desacreditada na época.

Nesta edição, a premiação será a maior da história para o terceiro lugar. Quem ganhar o confronto embolsa 27 milhões de dólares, mais de R$ 140 milhões, contra os 24 milhões de dólares pagos à Bélgica em 2018. Hoje valiosas financeiramente, as disputas de terceiro lugar já foram bem criticadas ao longo da história.  

Prêmio de consolação

É comum as seleções que entram na disputa com chances de vencer a Copa verem o terceiro lugar como algo sem valor, por terem que lidar com a decepção de ficar de fora da tão esperada final. Enquanto as zebras da Copa, aquelas seleções que não eram cotadas para chegar tão longe, valorizam o “prêmio de consolação”.

A primeira Copa do Mundo, em 1930, não teve disputa de terceiro lugar. Estados Unidos e Iugoslávia perderam na semifinal e ficaram empatados na colocação. A partir das outras edições, a posição no pódio passou a ser disputada no campo.

A Alemanha é o país que mais vezes disputou o bronze em Copas do Mundo e ganhou. Ao todo, foram cinco vezes, em 1934, 1958, 1970, 2006 e 2010. Os alemães só perderam um confronto, para a França, em 1958, levando uma goleada por 6 a 3. O jogo serviu para colocar Just Fontaine na história das Copas: o francês marcou quatro vezes e anotou o recorde de artilharia em um único mundial, com 13 gols. A marca nunca foi batida.

A disputa pelo terceiro lugar também já abrigou duas surpresas da Copa, como aconteceu em 2022. Em 2002, a anfitriã Coreia do Sul - uma das maiores zebras de todos os mundiais - perdeu a disputa para a Turquia por 3 a 2.

Os turcos, pouco cotados, deram trabalho ao Brasil duas vezes na ocasião: na estreia, quando vendeu caro a derrota por 2 a 1, e na semifinal: 1 a 0 Brasil, com gol de Ronaldo e a cena, imortalizada na iconografia do futebol, de Denílson fugindo de quatro implacáveis marcadores.

Seleção Brasileira

A Seleção Brasileira já disputou o terceiro lugar em quatro Copas e venceu duas delas, sendo o segundo país que jogou mais vezes. Em 1938, na França, o Brasil ficou com o bronze após vencer a Suécia por 4 a 2. Em 1978, na Argentina, o Brasil derrotou a Itália por 2 a 1.

Já em 1974, na Alemanha, a seleção brasileira perdeu de 1 a 0 para a Polônia. Quarenta anos depois, em 2014, após levar o vexame histórico do 7 a 1 em casa contra a Alemanha na semifinal, o Brasil de Felipão amargou mais uma derrota. A Holanda venceu a disputa por 3 a 0 e aprofundou uma crise na CBF.

Assim como aconteceu com o Brasil, as disputas de terceiro lugar podem servir para intensificar ainda mais uma crise nas grandes seleções que ficaram fora da final. Após serem desclassificados, os times precisam lidar com o psicológico abalado para se manterem focados na competição. A vitória parece não ter muito peso, mas duas derrotas consecutivas, sim. Principalmente se o derrotado for um gigante do futebol mundial.

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