O Uruguai se despediu da Copa do Mundo de 2022 nesta sexta-feira (2) com uma vitória amarga: 2 a 0 sobre Gana, em jogo pela terceira rodada do Grupo H. Apesar do resultado, o time terminou na terceira colocação da chave, empatando em pontos (quatro) e saldo de gols (zero) com a Coreia do Sul, mas perdendo no número de gols marcados (4 a 2).
A partida ainda coloca um ponto final na trajetória de um dos principais jogadores da história da seleção uruguaia. Aos 35 anos, Luis Suárez disputou sua quarta edição do torneio (2010, 2014, 2018 e 2022), encerrando a histórica com a equipe nacional justamente diante da seleção contra a qual fez sua partida mais emblemática.
Na Copa de 2010, Uruguai e Gana se encontraram nas quartas de final. Sulley Muntari abriu o placar para os africanos nos acréscimos do primeiro tempo, enquanto Diego Forlán empatou para os sul-americanos aos 10 minutos do segundo tempo. A partida terminou 1 a 1, e a vaga nas semifinais foi decidida nos pênaltis – melhor para os uruguaios, que venceram por 4 a 2.
Mas o lance mais lembrado da partida aconteceu nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação. Após falta cobrada pela direita na área do Uruguai, Stephen Appiah aproveitou a confusão e chutou forte, parando nas pernas de Suárez; na sobra, Dominic Adiyiah cabeceou para as redes, mas o atacante tirou com as mãos.
O árbitro português Olegário Benquerença marcou o pênalti e expulsou Suárez, que assistiu o desenrolar da partida do acesso aos vestiários. Na cobrança, Asamoah Gyan acertou o travessão. De fora, o camisa 9 vibrou como um torcedor.
Passados 12 anos, Uruguai e Gana se reencontraram no Catar. Desta vez, com um placar que custou caro às duas equipes. E para Suárez, foi o ponto final: com 137 jogos (16 em Copas do Mundo) e 68 gols pela seleção uruguaia principal, o atacante não mais defenderá o país, após decisão anunciada em março.
“Não aconteceu o que queríamos, que era passar de fase. Qualquer coisa podia acontecer”, lamentou Suárez após o jogo, em entrevista ao Canal 10. “Estou aborrecido com a situação.”
A eliminação deve ainda encerrar todo um ciclo na seleção do Uruguai. Enquanto jovens jogadores como Darwin Núñez, Federico Valverde, Facundo Pellistri, Rodrigo Bentancur, Nicolás de la Cruz e Matías Viña se consolidam, nomes como Luis Suárez, Edinson Cavani, Diego Godín, Fernando Muslera e Martín Cáceres – todos com pelo menos 35 anos – se aproximam da reta final da carreira nos gramados.
Para o técnico Diego Alonso, a vitória deixa um gosto amargo, mas a equipe tem motivos para se orgulhar. “Demos tudo o que tínhamos que dar. A equipe fez o que tinha que fazer para passar de fase”, lamentou o treinador, segundo o jornal La Diaria.
“Não tenho o que reclamar dos jogadores. Fizeram uma partidaça. Nos soltamos, fomos a equipe das eliminatórias que sempre quisemos ser, e os jogadores em campo mostraram que tínhamos que estar na próxima fase”, acrescentou.