Fórmula E é aposta da Lola para retorno ao automobilismo depois de quase 15 anos

Marca deixou a F1 em 1997 após fiasco, fechou as portas em 2012 e ressurgiu em 2021

Marca é parceira da Yamaha na fabricação de powertrains da Abt
Divulgação

A temporada 2024/2025 da Fórmula E traz de volta ao público um nome bastante conhecido no automobilismo: a Lola, que passou quase 15 anos afastada das pistas.

A marca é uma das parceiras que encabeçam a equipe Lola Yamaha ABT na temporada 2024/2025 da Fórmula E. E, entre os titulares do time, um nome bastante conhecido: o brasileiro Lucas di Grassi, campeão da temporada 2026/2017 da categoria elétrica.

“Eu acho muito positivo uma marca com uma história tão importante quanto a Lola estar de volta ao automobilismo e escolher a Fórmula E para investir, para ser a primeira categoria. Eles também querem fazer Le Mans, também têm planos para ir para os Estados Unidos. O grupo por trás está bem empolgado. E eu fico muito feliz de poder representar a Lola na Fórmula E”, afirmou o brasileiro ao Band.com.br.

Aposta na Fórmula E marca retorno da Lola às pistas (Imagem: Emanuel Colombari/Band)

Ao longo de décadas, a Lola se fez presente em diversas categorias, como a Indy e a Fórmula 3000, além das competições de carros esportivos. Na Fórmula 1, construiu carros para diversas equipes entre as décadas de 1960 e 1990, como Reg Parnell, Embassy Hill, Haas (sem relação com a atual), Larousse e Scuderia Italia.

Na década de 1960, viveu o auge ao fornecer carros para diversas pilotos que faziam participações pontuais. Em 1962, por exemplo, John Surtees conquistou dois pódios com carros da Lola.

Na década de 1990, no entanto, veio um fiasco histórico. Com o apoio da MasterCard, a Lola tentou voltar à F1 com equipe própria. Os planos eram estrear em 1998, mas a empresa decidiu antecipar a novidade para 1997 para tentar concretizar um mirabolante plano comercial. A equipe precisou se organizar às pressas e levou a dupla Ricardo Rosset e Vincenzo Sospiri para estrear no GP da Austrália. Com um carro extremamente lento, não conseguiu tempo suficiente para alinhar no grid.

Resultado: a MasterCard abortou os planos após a primeira etapa temporada. “Fomos criticados, mas ficamos orgulhosos”, disse o então diretor da Lola, Ray Boulter, em entrevista à Motorsport Magazine publicada em agosto de 2024. Segundo Boulter, foram apenas quatro meses de prazo para criar o time do zero. Um fiasco histórico, mas que acabou entrando para a história da F1 com ares de folclore.

Em 1997, Lola tentou disputar apenas uma corrida na F1 (Imagem: Mathijs Diepraam, via Wikipedia)

Os anos seguintes foram de decadência. Na virada do século, a Lola passou a se concentrar na fabricação de carros de endurance. Conseguiu bons resultados e se associou a marcas como Prodrive e Charouz, mas foi perdendo espaço e entrou em crise financeira. Em 2010, chegou a anunciar novos carros, mas os planos foram interrompidos pelo processo que colocou a empresa em administração financeira.

Em 2012, a Lola fechou as portas, mas os ativos remanescentes – inclusive toda a propriedade intelectual – foram vendidos em 2021 para Till Bechtolsheimer, que ressuscitou a marca.

Com Till Bechtolsheimer à frente da marca, a Lola voltou à ativa. Em março de 2024, a empresa anunciou que disputaria a Fórmula E a partir da temporada 2024/2025 como fornecedora de trens de força em parceria com a Yamaha.

No mês seguinte, veio o anúncio da parceria com a equipe ABT, que até então corria com o apoio da Cupra. Em outubro, a Lola anunciou a compra da Paceteq, uma empresa de tecnologia de dados, para dar mais corpo ao projeto da categoria elétrica.

Di Grassi permanece na ABT, agora com o apoio da Lola e da Yamaha (Imagem: Divulgação)

Para a estreia na Fórmula E, a Lola Yamaha ABT aposta na experiência de Lucas di Grassi e na juventude do estreante Zane Maloney, piloto barbadiano oriundo da Fórmula 2. E o brasileiro tem motivos para se animar.

“A Lola foi comprada por um grupo para ser desenvolvida de novo como uma marca importante no mundo do automobilismo. E a primeira categoria que eles acharam que deveriam investir foi a Fórmula E. Então eles fizeram uma parceria com a Yamaha, e a Lola e a Yamaha construíram o powertrain. E a ABT, da mesma forma que a gente usava o powertrain da Mahindra no ano passado, agora a ABT usa o powertrain da Lola-Yamaha”, explicou Di Grassi.

Segundo o brasileiro, o projeto do trem de força Lola-Yamaha começou do zero para a temporada. No entanto, a equipe tem uma base “muito boa”, com um desenvolvimento rápido e com margem para bons resultados.

“O pessoal precisa ter paciência. Da mesma forma que um time de futebol pode ter um monte de jogador bom, mas precisa entrosar, precisa fazer algumas partidas para tudo ficar 100%, aqui é a mesma coisa. A gente tem uma base muito boa, os componentes muito bons, mas pode ser que no começo ainda falte engajamento, porque é a primeira corrida que a equipe faz na Fórmula E, a primeira corrida da história da Lola Yamaha ABT. A gente obviamente vai tentar fazer ponto, fazer pódio, lutar por vitória, acho que o carro tem base para isso. Mas as outras equipes já estão dois anos na nossa frente.”

Formula E na Band

A temporada 2024-25 da Formula E começa com o E-Prix de São Paulo, nesta sexta-feira (6), no Anhembi, com transmissão completa do Grupo Bandeirantes.

Formula E em São Paulo 2024 - saiba onde assistir:

Sexta-feira, 6

16h30  - Treino Livre 1 - Bandsports, Bandplay, Band.com.br e canal do Esporte na Band no YouTube

Sábado, 7

7h30 - Treino Livre 2 - Bandsports, Bandplay, Band.com.br e canal do Esporte na Band no YouTube

9h40 - Classificação - Bandsports, Bandplay, Band.com.br e canal do Esporte na Band no YouTube

13h45 - Corrida - Band, Bandsports, Bandplay, Band.com.br e canal do Esporte na Band no YouTube

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