A Procuradoria da Justiça Desportiva Antidopagem denunciou o atacante Gabigol nesta quinta-feira (21) por tentativa de fraude a um exame antidoping.
O caso ocorreu em 8 de abril deste ano, no Ninho do Urubu, CT do Flamengo. O atacante teria se recusado a fazer o exame antidoping no horário da coleta coletiva, por volta das 8h, e cometido algumas desobediências horas depois, depois do almoço, quando procurou os agentes para fazer o controle. Nenhuma substância ilegal foi encontrada, e o jogador se defende da acusação (confira mais abaixo).
"Eles [agentes] chegaram no Ninho do Urubu para fazer o exame por volta das 8h da manhã, e todos os jogadores fizeram o exame antes do treino. O Gabigol se recusou, foi para o treinamento, não se apresentou para o exame. E, depois do treino, foi almoçar e não falou com os agentes", explicou o repórter da Band Thiago Carvalho.
“Depois que ele almoçou, ele passou pelo local do exame, pegou um frasco de coleta e foi ao banheiro para fazer a coleta da urina. Um dos funcionários do departamento seguiu o Gabigol, é uma das normas do exame, mas o jogador se irritou. Ele tentou esconder a genitália, o que também está no relato da Procuradoria, dizendo que isso também é uma tentativa de fraude. Depois, o Gabigol entrega o frasco aberto, e não fechado. Todas essas questões levaram à denúncia”, explicou o repórter.
Nas redes sociais, Gabigol agradeceu pelo apoio dos fãs, dizendo que “há algum tempo tem acontecido notícias falsas" sobre ele.
Exame deu negativo, e Gabigol se defende
A defesa do jogador se manifestou após a denúncia, negando uma tentativa de fraude ao exame. Nenhuma substância ilegal foi encontrada no exame, e o atacante do Flamengo diz que “não precisa se justificar”.
De fato, o Gabigol não estava com nenhuma substância ilegal, tanto que o exame deu negativo. Mas ele estava incomodado por, segundo ele próprio, estar entre os escolhidos para fazer o teste - repórter Thiago Carvalho.
Nota da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem
A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), organização nacional antidopagem, vinculada à Secretaria Executiva do Ministério do Esporte, e o Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD), em virtude das últimas notícias veiculadas na imprensa sobre o jogador de futebol Gabriel Barbosa Almeida (Gabigol), vêm prestar os seguintes esclarecimentos.
Como organização signatária do Código Mundial Antidopagem (CMA) a ABCD deve observar as recomendações deste documento, com vistas à manutenção de sua conformidade perante à Agência Mundial Antidopagem. Dessa forma, em relação às notícias e ou reportagens produzidas pela imprensa, a ABCD e o TJD-AD somente podem se manifestar publicamente sobre comentários públicos atribuídos a ou baseados em informações fornecidas pelo atleta (artigo 14.3.6 do CMA):
14.3.6 Salvo conforme previsto nos Artigos 14.3.1 e 14.3.3, nenhuma Organização Antidopagem ou laboratório credenciado pela AMA, ou representante de qualquer uma delas, deverá comentar publicamente sobre os fatos específicos de qualquer processo pendente (em oposição à descrição geral de processo e ciência), exceto em resposta a comentários públicos atribuídos a ou baseados em informações fornecidas pelo Atleta, por outra Pessoa ou por sua comitiva ou outros representantes.
Tomando conhecimento das notícias veiculadas na mídia e em relação a nota oficial publicada pelo atleta, nesta sexta-feira, dia 22, esclarecemos que no Código Mundial estão previstas 11 violações à regra antidopagem, que não se restringem à presença de substâncias proibidas na amostra do atleta.
Porém, por sigilo, qualquer informação do caso não será divulgada e o atleta e seus representantes tomarão ciência dos próximos andamentos por meio oficial.
A ABCD e o TJDAd reafirmam o compromisso com o estrito cumprimento das normas antidopagem.