Futebol Internacional

E se Neymar e Thiago Silva tivessem enfrentado a Alemanha em 2014?

Brasil encarou os alemães sem duas referências e acabou sofrendo um inesquecível 7 a 1

Rogério Micheletti

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Rafael Ribeiro/CBF

Sabe o 7 a 1? Isso, aquele.

Dispensa apresentações, né? Você certamente se lembra onde estava. E com quem estava.

Naquela tarde de 8 de julho de 2014, a seleção brasileira sofreu a maior derrota de sua história. Diante da Alemanha, em uma semifinal de Copa do Mundo. Em casa.

Poderia ser diferente? Talvez.

O Brasil jogou sem duas referências. Na zaga, Thiago Silva estava suspenso e deu a Dante na escalação. No ataque, sem o lesionado Neymar, Luiz Felipe Scolari escalou o trio Bernard, Oscar e Hulk jogando atrás do centroavante Fred. Mas como seria se Neymar e Thiago Silva tivessem jogado? 

E se... 

Em algum lugar do Brasil, hoje é quarta-feira, 9 de julho de 2014.

A véspera não foi como em 1950, mas o brasileiro chorou em casa.

Diferentemente da derrota para o Uruguai no Maracanã, a seleção brasileira não perdeu no tempo normal. O time canarinho foi eliminado do Mundial, na própria casa, ao ser derrotado nos pênaltis para a Alemanha: 5 a 4.

A única penalidade desperdiçada ontem no Gigante da Pampulha foi do lateral direito Daniel Alves, que entrou no segundo tempo. O jogador, que fez fama no Barcelona, chutou para a fora o sonho do Brasil ser campeão de uma Copa do Mundo em casa.

Com um Neymar apagado e muito bem marcado, a seleção brasileira fez uma partida apática contra os alemães. As chances de gol foram poucas. Thiago Silva, o capitão brasileiro, teve uma atuação destacada e anulou o experiente atacante Miroslav Klose, que ainda busca bater o recorde do brasileiro Ronaldo Fenômeno.

O meio-campo da seleção brasileira teve uma baixa logo nos primeiros minutos: Fernandinho, após dividida com Bastian Schweinsteiger, deixou o campo para a entrada de Paulinho.

Mesmo com os inúmeros pedidos da torcida mineira por Bernard, o técnico Luiz Felipe Scolari optou por fazer alterações mais cautelosas. Assim, o jogador, querido pela torcida atleticana, não deixou o banco de reservas. A justificativa do treinador foi o forte meio-campo alemão, principalmente as ações de Kross, que criou as jogadas mais perigosas do time comando por Joachim Löw.

Hulk, bastante vaiado principalmente pelos torcedores do Galo, foi sacado no começo da etapa final. Mas Felipão não optou por outro atacante. Quem entrou na equipe foi Daniel Alves, que fez uma espécie de dobradinha com Maicon, uma formação que jamais havia sido testada na seleção brasileira. 

Do outro lado, Marcelo foi anulado e pouco subiu ao ataque, a principal característica do jogador do Real Madrid. Podemos dizer que o jogador revelado pelo Fluminense foi mais um zagueiro pelo lado esquerdo do que exatamente o ala habilidoso que nos habituamos a ver com a camisa da equipe merengue.

Fred, com pouca mobilidade à frente e sem um parceiro de ataque, pouco conseguiu fazer. O centroavante só não foi uma figura totalmente nula porque, nas penalidades, conseguiu vencer Manuel Neuer, o goleiro alemão que fez poucas defesas, mas difíceis em raras conclusões de Neymar. 

A primeira, aos 5 minutos de partida, quando o camisa 10 deu um drible desconcertante no experiente Philipp Lahm e chutou no ângulo esquerdo da meta alemã. E a segunda, após a dupla Jérôme Boateng e Mats Hummels trombarem, Neymar chutou rasteiro, sem tanta força, obrigando o goleiro alemão a se esticar e colocar a bola para escanteio. 

O goleiro Júlio César foi mais exigido nos 120 minutos e também contou com a sorte. Assim como acontecera na partida contra o Chile, o Brasil quase foi surpreendido no minuto final da prorrogação, quando André Schürrle acertou o travessão, após um vacilo de David Luiz, que errou passe para Luiz Gustavo. 

David que não teve uma atuação segura, mas mesmo assim o treinador brasileiro não o substituiu por Dante, um jogador que conhece muito bem o futebol alemão e que poderia, em tese, trazer mais equilíbrio ao sistema defensivo. 

Apesar da atuação discreta e bastante criticado pela maioria dos torcedores, Felipão parecia confiar na estrela. Mas o treinador, campeão com a seleção em 2002, não comemorou. O Brasil está fora da Copa Mundo. 

Segue a Alemanha, que não fez uma partida brilhante, mas foi eficiente principalmente para abafar o principal talento brasileiro, Neymar. 

Durante a coletiva, o abatimento da comissão técnica era evidente. Mas, claro, não faltaram explicações e até uma personagem surgiu pós-eliminação para a Alemanha, nos pênaltis: Dona Lúcia. 

A torcedora enviou uma mensagem para a comissão técnica dizendo ter ficado honrada com a participação da seleção brasileira, que em nenhum momento criticou o trabalho feito e ressaltando ainda o fato de ter sido uma derrota nas penalidades. 

"Já ganhamos dessa forma, em 1994. Hoje, não tivemos a mesma felicidade. Somos pentacampeões. Seria uma vergonha se tivéssemos sido humilhados, tomado de cinco, seis ou sete da Alemanha", disse a torcedora na mensagem.

O texto acima é uma obra de ficção.

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