“Demos um ‘basta’ sobre a gestão passada desde janeiro. Precisamos agora pensar pra frente, o que está atrás ficou pra trás”. A afirmação é do diretor de futebol do Corinthians, Roberto de Andrade, em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta segunda-feira (26), ao falar sobre a presidência de Andrés Sanches (veja a entrevista na íntegra acima).
Ex-presidente do clube entre 2015 e 2018, o agora diretor acredita que o clube de Parque São Jorge está no caminho certo, mas não vai ficar perfeito de uma hora pra outra. E defendeu a nova gestão do presidente Duílio Monteiro Alves.
“O caminho não é curto. Precisamos de paciência, do apoio do torcedor, para podermos colher frutos num futuro próximo”, analisou.
Mesmo com as dívidas na última gestão de Andrés Sanchez, Roberto revelou que não acredita na reprovação das contas de 2019 e 2020: “Nós só reprovamos as contas quando há irregularidades, quando há sumiço de dinheiro, e não foi o caso”, disse o cartola.
O diretor de futebol do Corinthians também comentou sobre as pressões em cima da equipe, que passa por reformulação com o uso maior da base.
“Hoje não se pode perder mais no futebol. Corinthians, Palmeiras e Santos estão pressionados. Lembro quando tivemos a pressão em cima do Tite em 2011. E hoje ninguém mais tem responsabilidade com o que fala, escreve. Qualquer um tem um blog, um canal, que pode inflamar o torcedor”, opinou.
Sobre a situação política, o dirigente corintiano afirmou disse que o futebol é uma “máquina de problema todos os dias” e os políticos são complicados. E defendeu a alternância no clube, mesmo com o fato de todos os últimos vencedores dos pleitos serem ligados à ala de Andrés.
“Alternância existe, porque muda presidente - diferente da situação do Alberto Dualib. De três em três anos um candidato nosso está vencendo. Os sócios estão votando em nós”, justificou.
Roberto de Andrade vê um time em construção e crê em uma melhora de performance da equipe comandada por Wagner Mancini.
“O Corinthians não está no seu limite. A oscilação é normal pela mudança de elenco e quando não fazemos duas partidas dia sim e dia não. Mas vamos encontrar o time ideal ao longo da temporada”, garantiu o diretor.
O cartola foi questionado sobre a atual crise financeira que culminou na não renovação de vários jogadores, entre eles, o meia equatoriano Juan Cazares.
“Cazares não ficou por causa da questão salarial. Precisamos administrar a questão salarial. Hoje, nossa folha está em torno de R$ 5 milhões, sem impostos. E não temos nenhum negócio de trazer ou vender jogadores”.
O diretor de futebol do Corinthians também foi outro que se posicionou contra a “vaquinha” feita pelas torcidas organizadas para ajudar o clube, principalmente em relação às dívidas da Arena Corinthians.
“Se o torcedor quiser ajudar o Corinthians é só comprar os produtos oficiais, abrir a conta no BMG que gera R$ 30 para nós”, cravou.
Andrade também defendeu o time sub-23 do Corinthians, alvo de constantes críticas pelo grande número de atletas e o pouco retorno financeiro ou esportivo. Para isso, usou o exemplo do zagueiro Raul, destaque recente do time “alternativo” do Corinthians no Paulistão.
“Objetivo do sub-23 é dar sequência pros meninos. Se o Raul Gustavo não tivesse no sub-23, ele estaria fora do Corinthians. Comparar uma gestão do sub-23 com o intuito do negócio não é legal. Tem gente que faz anarquia e outras pessoas, como nós, fazem as coisas certas”, defendeu.
O diretor de futebol do Corinthians conversou com Alexandre Praetzel, Lucas Herrero, Ricardo Capriotti e Vinicius Bueno no “Esporte em Debate”.