Depois de 15 anos da última final da última final de Libertadores disputada, o Fluminense conquistou a América, em um confronto contra o Boca Juniors, por 2 a 1. Responsável por comandar o triunfo, Fernando Diniz falou sobre o que pensa a respeito de ser campeão.
“Muita felicidade. Fruto de um trabalho que se a gente não tivesse vencido a gente não seria fracassado. O Boca não é fracassado, tem que parar com isso. Quem chegou aqui é campeão. Campeão não é quem ganha título. Campeão é quem vive com dignidade, quem respeita e quem trabalha com amor.”
O treinador explicou o conceito de ‘Dinizismo’ que tanto utilizam para definir o trabalho feito por ele: "O que eles chamam de Dinizismo, enquanto eu estiver trabalhando vou continuar seguindo minhas convicções. Minha maior convicção é fazer tudo pelos jogadores. O que eu falaria para o Diniz de ontem, de hoje e de amanhã, eu não considero uma pessoa que é um grande campeão só porque ganhou um título. Já tiveram muitos caras que foram campeões e não ganharam nenhuma taça e gente que ganhou e que não mereceu tanto assim. Para mim o campeão é o que não desiste, que trabalha com honestidade, coragem. Se a gente não tivesse vencido hoje, as pessoas poderiam falar "ah, não ganhou de novo", esses clichês que nunca vão pegar em mim."
“Se não tivesse vencido, eu ia continuar trabalhando para ganhar numa próxima vez. Os campeonatos acabam e a vida continua. Campeão é quem melhora constantemente e consegue suplantar as críticas fáceis. Quem sabe o que se passa está dentro, quem está fora vê miragem. Um resultado não apaga o que acontece dentro dos muros do CT. A gente fica nesse lenga lenga de rotular pessoas fracassadas, esse conceito. É quase o mesmo de quem tem dinheiro é bem-sucedido e quem não tem não vale. A gente poderia ter caído em qualquer uma das fases, mas chegamos com mérito e fomos campeões. Não desmerece quem conseguimos passar pelo caminho.”
Diniz foi perguntado sobre a entrada de John Kennedy, que foi o responsável pelo gol do título e declarou que o menino é decisivo: “O John Kennedy tem o poder de decisão grande, um menino que a gente acreditou muito. Ele é uma daquelas pessoas que o futebol perde aos montes, desses que precisam de muito afeto e carinho. Muitas pessoas usam os jogadores como objeto desde a base, ninguém olha suas carências afetivas. E eu tenho como pilar central do meu trabalho olhar para os jogadores de uma maneira diferente. O John Kennedy, acho que se fosse em outro lugar ele não tinha conseguido ficar e fazer o gol do título. É um trabalho não só meu, mas de muita gente que soube acolhê-lo e proporcionar esse momento.”
Com o título inédito, o Fluminense arrecadou certa de US$ 27,15 milhões (cerca de 136 milhões de reais).