Esporte

De personagem humano ao uso de LED e dupla face: conheça os bastidores dos mosaicos do Botafogo

Movimento Ninguém Ama Como a Gente tem revolucionado a forma de torcer no estádio Nilton Santos

Por Gabriela Santos

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Movimento Ninguém Ama Como A Gente/Instagram

Desde 2023, a torcida do Botafogo tem chamado a atenção de fãs do futebol por suas festas na arquibancada. Do uso de personagens humanos ao LED, os botafoguenses têm mudado a forma de torcer no estádio Nilton Santos.

Mas foi em abril deste ano que o projeto ganhou ainda mais visibilidade, ao fazer o primeiro mosaico com personagem humano. Na ocasião, a intenção era representar o torcedor do Glorioso que apesar dos pesares se mantinha vivo na esperança por dias melhores e com orgulho da camisa que veste.

Movimento Ninguém Ama Como a Gente/Instagram

De acordo com Lara, os botafoguenses são essenciais para que os mosaicos aconteçam, já que são necessários minimamente 18 mil torcedores para projetos desse tamanho. E além disso, a ideia é fazer com que o torcedor entenda que apesar do momento em que o clube esteja, o amor jamais passará.

“Em termos de complexidade, esse foi um dos mais difíceis que a gente realizou na arquibancada. Por causa disso, a gente teve que tomar muito cuidado com o projeto se ficaria clara a leitura do que era e o que queria passar. Os testes passam por várias pessoas e não só eu que estou vendo aquele desenho para garantir que qualquer pessoa que esteja no estádio vai entender o que é”, disse.

Além deste mosaico, outro que fez torcedores de todo o Brasil irem à loucura foi o dupla-face que contava com o escudo do clube e mais uma fênix. Ideia veio como sugestão de dois torcedores, do Loucos Pelo Botafogo, que se inspiraram no samba-enredo da Viradouro de 2019: “Das Cinzas Voltar, Nas Cinzas Vencer”. As “Cinzas”, no caso, é a Quarta-Feira de Cinzas, dia em que é conhecida a campeã do Carnaval do Rio. 

Movimento Ninguém Ama Como a Gente/Instagram

Este mosaico carregava muito simbolismo tanto para os jogadores, quanto para os torcedores do Glorioso. Ele foi executado na partida contra o Palmeiras, pela ida das oitavas de final da Libertadores, mas em 2023, a partida entre as duas equipes, pelo Brasileirão, marcou a arrancada do clube paulista pelo título do campeonato nacional que ficou nas mãos do Glorioso até a 33ª rodada.

Lara destaca que este projeto precisava sair e fazia parte do sentimento e momento do clube carioca e sua torcida.

“Ele é duas vezes mais difícil de fazer porque são duas plantas que você precisa fazer daquele desenho. O primeiro foi o escudo em cinzas e a segunda que foi a fênix. Foi o mais difícil, mas tinha que ser feito. A ideia veio da internet como sugestão e fazia muito sentido com o momento e sentimento do botafoguense, então tinha que ser feito", disse.

Contudo, esse foi o projeto mais complicado já que além da dupla-face, o mosaico ainda contava com LEDs algo que não é utilizado com frequência no futebol brasileiro. Segundo ela, a ideia, contudo, já estava sendo discutida e o projeto viu nesta partida potencial para que fosse executado.

"A gente pensou que era o momento correto para implementar duas coisas novas: dupla-face e o LED, e aí foi uma operação gigantesca para orientar o torcedor, ficar na porta do estádio para perguntar se entenderam, entregar as placas de LED na hora certa porque se ficasse na arquibancada antes podia ter o risco de quebrar ou de alguém levar achando que não faria parte do mosaico. Foi uma operação grande, mas o resultado valeu a pena”, explicou.

Movimento Ninguém Ama Como a Gente/Instagram

Outra dificuldade para a implementação desse tipo de mosaico é que a Conmebol não permite o uso de caixas de som e telões para a orientação. Por isso, a comunicação precisou ser feita no boca a boca, além do uso das redes sociais para instruir todos os torcedores.

Lara também sente que o movimento de agradecimento vem dos jogadores e comissão técnica. A designer trata a relação como via de mão-dupla em que a festa na arquibancada faz o jogador ser mais inspirado e entregar um bom resultado.

“A gente percebe isso com o Arthur Jorge mesmo que já falou que se impressionou com algumas coisas que a gente fez, os jogadores também falam sobre o apoio e que muda a atmosfera dentro do estádio. É uma relação de mão dupla", disse.

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