Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme fez um balanço dos lances polêmicos do clássico entre Corinthians e São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro.

Na visão do chefe de arbitragem, o juiz Bruno Arleu de Araújo tomou as decisões corretas ao anular o gol de Calleri e marcar o pênalti de Rafinha em Wesley. Depois do empate em 1 a 1, o Tricolor reclamou publicamente dessas jogadas.

Na nossa visão, o árbitro de campo acertou ao marcar a infração. Ele errou no procedimento, porque se não houvesse a infração, ele não teria permitido o uso da ferramenta VAR. Ele teria que ter esperado o lance. A checagem poderia ter sido feita. Mas o árbitro acertou. O jogador do Corinthians [Fagner] salta antes, tem a preferência do lance. O Calleri só consegue chegar na bola porque empurrou o jogador do Corinthians para frente. Isso se caracteriza infração. Foi correta - Wilson Seneme.

A respeito do pênalti, Seneme elogiou o posicionamento do árbitro na hora do lance. Wesley foi derrubado dentro de área e Róger Guedes igualou o clássico na Neo Química Arena.

“Olha onde o árbitro está colocado. É muito bom. Ele está bem posicionado para interpretar, isso é muito importante na linguagem da arbitragem [...] Se a gente olhar o movimento do Rafinha, ele empurra o jogador para o lado. E isso faz com que o jogador não tenha condição de seguir na jogada. Não é o jogador [do Corinthians] que se deixa cair, ele foi atirado para o lado. A gente pode dizer que é uma jogada de interpretação, que o toque não é suficiente”, opinou Seneme.

Quem é Bruno Arleu de Araújo

Nascido no Rio de Janeiro em 14 de fevereiro de 1983, Bruno Arleu de Araújo é vinculado à Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro). 

O árbitro entrou no quadro da CBF em outubro de 2012 e, desde então, é um dos principais nomes da arbitragem carioca.

Em 2020, Bruno Arleu de Araújo se tornou árbitro Fifa, nível máximo da carreira de um juiz do Brasil e dos outros países vinculados à entidade. Para se ter um parâmetro, atualmente 10 árbitros brasileiros são Fifa.

Como ser árbitro de futebol no Brasil não é uma profissão regularizada, com direitos trabalhistas, contratos assinados e assim por diante, Bruno Arleu de Araújo tem ainda outra ocupação: o carioca é policial militar, segundo a CBF.

Críticas do São Paulo a Bruno Arleu

“Eu fiquei procurando uma palavra para adjetivar a atuação do árbitro Bruno Arleu. Pensei ruim, péssima, tendenciosa. O que adjeta a arbitragem dele é vergonhosa. A arbitragem dele foi uma vergonha”, disse Carlos Belmonte, diretor de futebol do São Paulo.

“Com dez minutos, ele dá um cartão para o Beraldo numa disputa aérea que ninguém entende. Depois, anula o gol do Calleri antes de o lance terminar alegando que fez falta. No fim do primeiro tempo, jogo ir para o vestiário 1 a 0 não é bom, ele dá um pênalti que até agora quero saber a carga que o Rafinha fez no jogador do Corinthians”, acrescentou o dirigente.