Conmebol se pronuncia sobre casos de racismo e diz que vai mudar regulamento

Cinco torcidas brasileiras foram vítimas do crime em duas rodadas da Libertadores e Sul-Americana

Por Gabriela Santos

Conmebol se pronuncia sobre casos de racismo e diz que vai mudar regulamento Reprodução/Conmebol
Conmebol se pronuncia sobre casos de racismo e diz que vai mudar regulamento
Reprodução/Conmebol

Após recorrentes casos de racismo contra torcedores brasileiros, a Conmebol emitiu um comunicado oficial na tarde desta sexta-feira, 29, se pronunciando sobre o assunto. A entidade afirmou que vai promover mudanças em seu regulamento para ter punições mais duras.

Nesta semana, as torcidas do Palmeiras, Red Bull Bragantino, Flamengo e Corinthians foram os principais alvos do crime, com torcedores do Boca Juniors, Emelec, Estudiantes de La Plata e Universidad Católica, fazendo imitações de macaco para os brasileiros.

O primeiro caso, no entanto, aconteceu contra o Fortaleza, quando um torcedor do River Plate arremessou bananas em direção aos brasileiros que estavam do outro lado da arquibancada. Em nenhum dos casos teve punição severa.

Leia o pronunciamento completo:

"A CONMEBOL considera ABSOLUTAMENTE INACEITÁVEL qualquer manifestação de racismo e outras formas de violência em seus torneios. Assume e assumirá sempre a sua quota-parte de responsabilidade no combate a todo o tipo de discriminação. O combate a este flagelo ocupa um lugar central nas preocupações e no trabalho da CONMEBOL, o que se evidencia nas múltiplas campanhas de sensibilização e ações de grande envergadura, bem como na aplicação de sanções a quem incorrer nestas práticas desprezíveis. .

A CONMEBOL promoverá mudanças na regulamentação para AUMENTAR E ENDURECER as penalidades em casos de racismo. Também se compromete a desenhar e implementar novos programas e ações que visem banir definitivamente este problema do futebol sul-americano.

O futebol é um difusor incomparável de valores positivos e construtivos na sociedade. Nos campos, treinos e competições, os jogadores de futebol aprendem desde cedo a respeitar seus adversários e valorizar suas virtudes, a tolerar os erros dos companheiros e ajudar a corrigi-los, a trabalhar em equipe e em união, a saber que o caminho para vitória É a do trabalho e do sacrifício. A CONMEBOL intensificará o trabalho contra o racismo e outras formas de discriminação nas CATEGORIAS DE TREINAMENTO.

É preciso ressaltar que o racismo não é um fenômeno que começa e termina no futebol, que, sendo um espetáculo massivo, torna-se mais um campo de ampla visibilidade em que este e outros vícios sociais podem vir à tona. A sensação de anonimato proporcionada pelas arquibancadas esportiva leva os desajustados a desencadear seu comportamento inaceitável. No entanto, isso mudou muito nos últimos anos, pois agora é possível IDENTIFICAR CLARAMENTE OS INFRATORES E PUNÍ-LOS COM A MAIOR GRAVIDADE.

Esses flagelos não serão superados se não se entender primeiro que eles devem ser atacados em todos os níveis: na educação familiar, nas escolas e faculdades, na mídia, nas organizações civis, no mundo empresarial, através das políticas públicas e certamente também em esportes.

A CONMEBOL exorta todos os jogadores do futebol sul-americano - clubes, federações, mídia e torcedores - a REDOBRAR ESFORÇOS PARA ERRADICAR O RACISMO e outras formas de violência e discriminação e preservar o que há de mais valioso no nosso esporte: sua mensagem de camaradagem, esportividade e saúde concorrência."

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