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CONMEBOL lança campanha para combater o racismo no futebol sul-americano

Entidade sofria pressão para endurecer medidas contra o racismo em suas competições

Por Rodrigo Lima

Campanha da Conmebol para combater o racismo no futebol sul-americano
Campanha da Conmebol para combater o racismo no futebol sul-americano
Divulgação

Após repetidos casos de racismo em partidas da Libertadores, principalmente contra brasileiros, a CONMEBOL lançou nesta sexta-feira (27), a campanha “BASTA! – Chega de racismo no futebol” e diz considerar atos de racismo “absolutamente inaceitáveis”.

O objetivo da campanha é conscientizar e educar sobre o problema do racismo na sociedade e no futebol.

Recentemente, a CONMEBOL endureceu as punições em casos de racismo em suas competições, alterando o Artigo 17 do Código Disciplinar, aumentando o valor das multas aplicadas aos clubes e podendo vetar torcedores no estádio ou em setores específicos dos estádios.

Leia o anuncio da campanha feito pela CONMEBOL na integra:

A CONMEBOL considera ABSOLUTAMENTE INACEITÁVEL qualquer manifestação de racismo e outras formas de violência nos seus torneios. A luta contra este flagelo ocupa um lugar central nas preocupações e no trabalho da CONMEBOL, razão pela qual, na sequência das alterações no regulamento, está sendo lançada a campanha “BASTA! – Chega de racismo no futebol”.

A conscientização, destinada a jogadores, árbitros e torcedores de futebol, será visível por meio de todos os meios de comunicação disponíveis como uma campanha permanente.

No dia 9 de maio de 2022, o Conselho da Confederação Sul-Americana de Futebol alterou o artigo 17º do Código Disciplinar, aumentando as penas para atos discriminatórios, incluindo os seguintes:

1. Qualquer jogador ou funcionário que insulte ou atente contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas, por qualquer meio, por motivos de pele, raça, sexo ou orientação sexual, etnia, idioma, credo ou origem será suspenso por um mínimo de cinco jogos ou por um período mínimo de dois meses.

2. Qualquer Associação Membro ou clube cujos apoiadores insultem ou atentem contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas, por qualquer meio, por motivos de cor de pele, raça, sexo ou orientação sexual, etnia, idioma, credo ou origem, será multado em pelo menos CEM MIL DÓLARES AMERICANOS (USD 100.000). O órgão judicial competente poderá também impor a sanção de disputar um ou mais jogos com portões fechados ou o bloqueio parcial do estádio.

3. Se as circunstâncias particulares de um caso a exigirem, o Órgão Judicial competente poderá impor sanções adicionais à Associação Membro ou ao clube, jogador ou funcionário responsável

Anteriormente, a pena era uma multa máxima de 30.000 USD e não incluía a possibilidade de fechamento do estádio. Esta alteração entrou em vigor no mesmo dia de sua emissão e é aplicável a atos racistas cometidos após essa data.

Além das modificações de regulamentos e sanções, a CONMEBOL trabalhará na educação de valores que enfatizam o racismo e outras formas de discriminação nas CATEGORIAS DE BASE. Compromete-se também a conceber e implementar novos programas e novas ações destinados a banir definitivamente do futebol este problema, que afeta toda a sociedade sul-americana.

A CONMEBOL estimula todos os interessados em cooperar com os nossos esforços, e especialmente todos os atores do futebol sul-americano, tais como clubes, federações, meios de comunicação, patrocinadores e torcedores, a NÃO MEDIR ESFORÇOS PARA ERRADICAR O RACISMO e outras formas de violência e discriminação, além de preservar o aspecto mais valioso do nosso esporte: a mensagem de companheirismo, esportividade e competição saudável.

Cor da pele, raça e costumes não podem ser usados como justificativa para provocações. Qualquer comportamento que possa prejudicar a coexistência pacífica dos seres humanos é inaceitável. As nossas diferenças tornam-nos únicos, e este é o valor que devemos exaltar, sempre unidos pela mesma paixão em cada jogo, em cada gol, em cada abraço e celebração, tornando claro que o futebol inclui, e não separa.

O racismo não tem lugar na celebração do futebol sul-americano. BASTA DE RACISMO!

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