Como funciona o exame antidoping que gerou suspensão de Gabigol

Gabigol foi punido por tentativa de fraude em exame antidoping e irá recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS)

Da redação

O atacante Gabigol foi punido com dois anos de suspensão por tentativa de fraude em exame antidoping. O jogador e o Flamengo já se pronunciaram sobre o tema e disseram que irão recorrer da decisão do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD). As partes irão apelar junto à Corte Arbitral do Esporte (CAS).

O exame antidoping é uma ferramenta utilizada para garantir a justiça e a ética no esporte. Através de amostras de sangue ou urina, investiga-se se os atletas fazem uso de substâncias proibidas que podem beneficiar artificialmente o desempenho.

O protocolo brasileiro é válido para todas as modalidades, e não somente o futebol.

O código brasileiro usa como referência as substâncias banidas pela Agência Mundial Antidopagem (WADA). A lista internacional é extensa e inclui anabolizantes, estimulantes, diuréticos, hormônios do crescimento e agentes mascarantes.

No Brasil, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) realiza procedimentos conhecidos como “doping surpresa”. Por isso, as coletas são frequentemente realizadas sem aviso prévio e nos locais de treinamentos dos atletas.

Foi o que aconteceu em 8 de abril de 2023, no Ninho do Urubu. Neste dia, por comportamentos inadequados, segundo a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Gabigol foi denunciado e, posteriormente, julgado e punido pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem.

  • No protocolo oficial do exame, o agente credenciado se apresenta ao atleta selecionado (geralmente por sorteio) e ambos se dirigem à estação de controle de dopagem.
  • A fim de evitar qualquer tipo de fraude, o agente acompanha o atleta durante toda a coleta.
  • O atleta ouve todos os seus direitos e deveres, assina um termo entregue pelo agente e, então, realiza a coleta. Ele precisa urinar em um pote de coleta na frente do fiscal.
  • O conteúdo é dividido em frascos (A e B), que são lacrados. Em seguida, eles são encaminhados para análise em um laboratório credenciado pela Agência Mundial Antidopagem (WADA).
  • Durante todo o exame, é o jogador ou o atleta que irá manipular a urina coletada, a não ser que ele opte por pedir ajuda ao agente.

Relembre o caso

  • Gabriel Barbosa foi denunciado pela Procuradoria da Justiça Desportiva Antidopagem em 21 de dezembro de 2023.
  • O caso que motivou a denúncia ocorreu em 8 de abril do ano passado, no Ninho do Urubu, CT do Flamengo.
  • O atacante teria se recusado a fazer o exame antidoping no horário da coleta coletiva, por volta das 8h, e cometido algumas desobediências horas depois, após o almoço, quando procurou os agentes para fazer o controle.
  • Nenhuma substância ilegal foi encontrada, e o jogador se defendeu da acusação. A defesa negou uma tentativa de fraude ao exame. Nenhuma substância ilegal foi encontrada.

“De fato, o Gabigol não estava com nenhuma substância ilegal, tanto que o exame deu negativo. Mas ele estava incomodado por, segundo ele próprio, estar entre os escolhidos para fazer o teste”, explicou o repórter Thiago Carvalho, da Band, quando o caso tornou-se público.

“Depois que ele almoçou, ele passou pelo local do exame, pegou um frasco de coleta e foi ao banheiro para fazer a coleta da urina. Um dos funcionários do departamento seguiu o Gabigol, é uma das normas do exame, mas o jogador se irritou. Ele tentou esconder a genitália, o que também está no relato da Procuradoria, dizendo que isso também é uma tentativa de fraude. Depois, o Gabigol entrega o frasco aberto, e não fechado. Todas essas questões levaram à denúncia”, contou o repórter.

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