Comitê Olímpico suspende jogador Wallace após enquete de 'tiro na cara do Lula'

Conselho de ética afastou atleta de vôlei de todas as atividades da entidade até o fim do processo que analisa conduta dele

Da redação

Comitê Olímpico suspende jogador Wallace após enquete de 'tiro na cara do Lula'
Wallace Leandro foi suspenso
Sada Cruzeiro

O jogador de vôlei Wallace, que publicou nas redes sociais uma enquete para saber se daria um tiro com uma espingarda calibre 12 no rosto do presidente Lula (PT), foi suspenso cautelarmente nesta sexta-feira (3) de todas as atividades relacionadas ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB). A decisão foi do Conselheiro Relator Ney Bello. 

Na decisão, o conselheiro de ética do COB ressaltou que a de expressão de atletas não difere das dos cidadãos, mas não se confunde com “ofensas, ameaças, violência ou inconformidade com as instituições do Estado Democrático de Direito”. 

Ney Bello reforçou o papel de atletas na sociedade e citou Roberto Dinamite, Pelé e outras figuras importantes do esporte. “[Eles] não tiveram apenas a honra e a glória de serem campeões. Todos tiveram a responsabilidade de educar gerações que precisavam pautar-se por princípios éticos e morais para seguirem na luta pela construção de uma sociedade melhor para todos, não obstante as opções políticas de cada um”, exemplificou. 

A decisão impõe que Wallace não participe de nenhum evento ou campeonato organizado pelo COB, pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) ou treinar com a seleção brasileira. A suspensão não o impossibilita de treinar em clubes, mas o Sadá Cruzeiro, time que defende, o afastou “por tempo indeterminado”. 

Sobre a postura do COB em relação ao Wallace, o relator pontua que minimizar a publicação do jogador “implica não apenas uma omissão impiedosa na defesa da racionalidade, como também sinaliza equivocadamente no sentido da normalização do absurdo, permitindo que atos se repitam e que o caos se instaure”. 

Para Ney Bello, a publicação do jogador, que incita o uso de armas e a “detonação do rosto da autoridade máxima do país”, não se amolda ao "comportamento esperado, exigido e aguardado de um campeão olímpico".

Wallace, que pediu desculpas pela publicação, tem cinco dias para recorrer da decisão e apresentar um pedido de defesa. 

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