Não é de hoje que eu, Cacá Filippini , falo sobre minhas experiências que misturam viagens e turismo, o que chamo de ‘maraturismo’.
Com o aumento crescente de corredores por todo o mundo, essa ‘modalidade’ de viagem também apresenta uma crescente entre os brasileiros, que vem conciliando férias ou escapadas para outros estados, cidades e até países unindo o correr com o turistar.
A marca brasileira Olympikus, atenta ao ‘boom’ da corrida, vem renovando com maestria em seus produtos e, em paralelo, criando oportunidades para que os corredores conheçam o Brasil através da corrida. Chamado de ‘Bota Pra Correr’, ou simplesmente ‘BPC’, o movimento celebra o esporte e incentiva as pessoas a superarem seus limites em lugares icônicos e inusitados do Brasil.
Histórico do movimento
Lançado em 2018, o ‘Bota pra Correr’ estreou nos Lençóis Maranhenses, uma das paisagens mais deslumbrantes do Brasil, com corredores enfrentando um terreno de dunas e lagoas, simbolizando o espírito de superação e aventura.
Nos anos seguintes, as etapas aconteceram no Jalapão, Pantanal, Alter do Chão, Chapada dos Veadeiros e São Miguel dos Milagres, até que veio a pandemia e a pausa mundial de provas de corrida e demais eventos.
Reafirmando a ideia de correr em contato com a natureza em locais remotos, o ‘BPC’ voltou em 2023 repaginado. Deixando de ser só uma prova de corrida, mas se tornando o maior festival de corrida no Brasil.
Assim, a Costa do Conde, na Paraíba, e o Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, foram palcos para diferentes vivências, shows, gastronomia e talks com figuras importantes do atletismo brasileiro.
Sucesso nesse formato, a 1ª edição do BPC 2024 aconteceu nos dias 13 e 14 de setembro. E eu estive lá para experimentar e comprovar que esse movimento em massa de viajar para correr não para de crescer!
O destino: a charmosa cidade de Morretes, localizada entre a serra e o litoral do Paraná.
Objetivo
O movimento se baseia no conceito de “democratização da corrida", abrindo espaço para corredores de todos os níveis participarem e experimentarem novos cenários, longe dos tradicionais circuitos urbanos. A ideia central é inspirar corredores a "botar pra correr" em qualquer situação, incentivando não apenas o esporte, mas o contato com a natureza e o conhecimento de novos lugares do Brasil.
Os circuitos envolvem trajetos no asfalto, mas também uma modalidade que vem crescendo bastante entre os corredores: o Trail run, ou simplesmente, corrida de trilha.
Nessa edição de Morretes, nós corredores podíamos nos inscrever nos 10km ou 21km de asfalto, ou nos 16km de trilha na mata. Como cenário, uma natureza privilegiada, cortada pela Mata Atlântica, rios, cachoeiras e a Serra da Graciosa.
Como participante, pude ver e vivenciar o forte laço entre o público, a corrida e a marca. E posso afirmar sem medo que o ‘BPC’ não se trata apenas de uma competição, mas sim, uma celebração de um estilo de vida ativo.
Dados e números
Essa edição contou com 600 inscritos, incluindo atletas profissionais e amadores. E tínhamos corredores de todas as idades e preparo físico. “O BPC é feito para que todos possam curtir. Não tem pressão. Não é sobre performance”, afirmam os organizadores. E lá pude confirmar que assim é.
A cada edição, milhares de pessoas acompanham o movimento online, assistindo aos vídeos e curtindo fotos em redes sociais, se inspirando para participar dos próximos.
Inclusive, vale dizer que a próxima etapa de 2024, em Itacaré, na Bahia, já está esgotada.
Mas calma: se ficou com vontade, sabemos que em 2025 a Olympikus completa 50 anos, e Márcio Callage, responsável pelo marketing da Vulcabras, promete novidades e muitas ações comemorativas.
Impacto positivo do ‘BPC’
Em termos de impacto, o festival se destaca ao unir esporte, turismo e preservação ambiental, fortalecendo a imagem da marca que promove experiências únicas para os amantes da corrida. E fortalecendo ainda mais o hype de viajar para correr, ou simplesmente, ‘maraturistar’ pelo nosso Brasil.
Além de memórias únicas aos corredores, o festival deixa boas heranças ao local que o recebe. As etapas têm como premissa a sustentabilidade e o impacto positivo nas comunidades locais.
“As instalações municipais que utilizamos para essa edição de Morretes foram reformadas por nós e doadas à população. O staff contratado, também é local. E a produção de lixo durante as provas é muito baixa", afirmam os responsáveis pelo evento.
De fato, o ‘BPC’ traz uma nova e desafiadora conduta ao não utilizar copos ou garrafas descartáveis nos pontos de hidratação. Cada corredor recebe em seu kit um copo ou garrafa de silicone reutilizável (soft flask), que leva consigo por todo o trajeto para poder se hidratar.
Na trilha, os corredores são orientados a levarem consigo toda a alimentação, inclusive gel de carboidrato fora de suas embalagens, evitando assim possíveis descartes pelo caminho e praticamente zero produção de lixo.
Em adição, para que tenha o mínimo de impacto no bioma, cooperativas locais ajudam no processo de reciclagem de todo o material utilizado.
O ‘Bota pra Correr’ se consolidou como uma das principais ações de corrida no Brasil, conectando o esporte a uma causa maior: a valorização das paisagens e cultura brasileiras ao incentivo a um estilo de vida mais saudável e ativo.
E aí, bora botar pra correr?