Mas antes, deixa eu me apresentar ... Sou Cacá Filippini, 44 anos, mulher, mãe, esposa, comunicadora e apaixonada por esportes, em especial: corridas. Mas a corrida a qual me refiro, não é de Fórmula 1 ou aquela atrás da bola nos campos de futebol que vocês estão acostumados a ver aqui no Esporte na Band.
Vamos falar de corrida de rua, essa modalidade que não para de crescer.
No Brasil, pesquisas apontam um aumento de 62,4% no número de corredores, apenas nos últimos três anos. E a presença feminina vem acompanhando essa marca: já somos 47,25% dos corredores concluintes nas principais provas de corrida de rua em nosso país. Número esse, superado nos EUA, onde desde 2018 as mulheres já eram a maioria, ocupando 50,24%.
Mas o que leva uma pessoa a correr?
São muitos os motivos que levam uma pessoa a praticar corrida de rua. Pode ser por questão de saúde, de estética, para superar limites ou até para começar uma transformação na vida.
Para correr, você não precisa alugar um espaço ou estar inscrito em uma academia. Você corre onde quiser: na rua, na praça ou no parque mais próximo. Também não é preciso ter um acompanhante. É um esporte que depende exclusivamente de você. Encaixa no seu horário, na sua rotina e no que você quer alcançar. Você só precisa de um tênis e não precisa ser o mais caro, nem o último lançamento. Apenas um tênis e a vontade de suar a camisa.
Até 2002, eu não havia tido qualquer contato com a modalidade. Corrida, pra mim, era o aquecimento na esteira antes de começar um treino na academia. Nada muito rápido e nem mesmo, longo. Eram aqueles 5 minutos e mais nada. Até que um colega de trabalho, veio com a proposta, (naquele momento) ‘indecente’ de reunir um grupo de pessoas para juntos corrermos uma prova de rua de revezamento.
As equipes podiam ser divididas em dois, quatro ou oito participantes e juntos teríamos que acumular 42 km. Confesso que não me empolguei de cara. Mas a necessidade de completar um grupo de 8 pessoas e aquela ‘leve intimada’ da galera da firma me fez dizer “sim”, mesmo sem ter qualquer ideia do que era correr 4 km nas ruas da USP - Universidade Paulista de São Paulo, local em que a prova iria acontecer.
Assim como muitos iniciantes, eu acreditava que correr, era apenas colocar o tênis no pé e sair correndo. Por isso, completei minha meta naquele dia, voltei pra casa com a medalha de participação no peito e me lembrei da prova por muitos dias depois. Eram dores nas pernas, nos pés, nos ombros, no pescoço e na lombar. Não conseguia levantar da cadeira ou descer uma escada sem que minhas pernas perdessem a força.
Mas a sensação de haver cruzado a linha de chegada, era diferente. Eu estava extasiada. Eu não havia sentido algo parecido até então. E apesar das dores, eu me sentia realizada. Com a sensação de missão cumprida.
Não se assuste, mas esse meu relato não é muito diferente da maioria dos corredores em seu primeiro contato com a corrida. Que mesmo com dificuldades e dores pós-prova, decidem colocar o esporte em sua vida.
Nem preciso dizer que foi um caminho sem volta, né?
A jornada do correr
Sem volta, mas um caminho também desafiador. Tive e ainda tenho altos e baixos. Aliás, qual corredor não tem?
Mas uma coisa tenho que dizer aqui: se eu tivesse tido um pouco mais de informação sobre corrida, lá em 2002, talvez metade dos meus perrengues teriam sido evitados.
E com base na minha experiência, em relatos de outros corredores e vivências no esporte, a ideia é que o NOSSO CORRE descomplique o assunto de forma leve e pontual e ainda traga dicas para quem quer começar a correr, se desafiar em uma nova distância ou se motivar através de histórias reais de outros corredores.
Na minha jornada do correr, foram tantas provas corridas e tantos quilômetros acumulados que já perdi as contas. Já precisei parar também algumas vezes, fosse pelo momento de vida ou forçosamente, por questões médicas. Mas sempre reencontrei no correr a saúde mental, muitas respostas para problemas que estava vivendo, bons amigos, boas risadas e principalmente, a razão de seguir para o próximo treino ou a próxima prova.
Quando começar?
Não existe idade certa, existe vontade em começar. Pesquisas mostram que a grande maioria dos atletas amadores começa a correr após os 30 anos.
O importante é estar apto para a prática do esporte, por isso, é essencial procurar um médico e fazer um check-up. Corrida é saúde, mas para isso você precisa estar saudável!
Um outro dado interessante é que, ao contrário do que muitos pensam, correr não é coisa só dos mais jovens não. Hoje a idade média de quem faz sua primeira maratona é 39 anos.
Eu mesma completei a minha primeira depois dos 40 e, em poucos dias, pretendo cruzar mais uma linha de chegada, dessa vez a da Maratona de Chicago, domingo, 08 de outubro.
E por falar em maratona ...
Geralmente as pessoas generalizam o termo ‘maratona’ para todos os tipos de corrida. Eu também fui essa pessoa! Por isso, vamos ao básico:
- Maratonas são corridas de rua com 26 milhas, o que na conversão para nossa unidade de medida, resulta em 42,195 km (quarenta e dois quilômetros, cento e noventa e cinco metros);
- Meias-maratonas são portanto, a metade dessa distância: 13 milhas ou 21,097 km (vinte e um quilômetros e noventa e sete metros);
- 21 km, então, também não é considerada uma meia-maratona (sim, faltam os 97 m);
- 7 km é chamado corrida rústica;
- 5 km, 10 km e 15 km são provas de rua sem uma denominação específica.
Com o crescimento desses eventos, novas distâncias estão aparecendo também: 4 km, 12 km e 30 km ... menos frequentes, mas como diz o meme: acontecem bastante.
Mas a maratona ainda não é a maior distância. Existem as ultra-maratonas, que superam o marco dos 42,195 km e podem ser percorridas normalmente de 50 a 100 km. Vale dizer que há provas com percursos superiores aos 100 km que são percorridas em dias sequenciais.
Então, como vocês podem ver, assunto não vai faltar aqui no Nosso Corre. Por isso, chama a galera, indica a leitura para um amigo e bora acumular quilômetros juntos!!!