É tudo culpa do Diniz?

João Lidington

Na área, por João Lidington

Jornalista, amante do jogo explicado por números e estatísticas e apreciador do bom futebol; do "tiki taka" à licença poética do chutão.

Fernando Diniz está em sua segunda passagem pelo Fluminense
Mailson Santana / Fluminense

Do céu ao inferno, do oito ao oitenta, de cotado à Seleção Brasileira ao grito de “Burro”. O futebol sem dúvida é passional, mas uma pequena dose de razão é necessária. Torcedor de futebol tem direito a protestar, sem violência, nas arquibancadas. Quem paga ingresso, pode reclamar, vaiar, criticar... mas calma aí! É tudo culpa do Fernando Diniz?

O Fluminense foi eliminado pelo Corinthians na Copa do Brasil por dois erros individuais – Nonato e André se atrapalharam em toque simples de bola no 1º gol corinthiano e Michel Araújo deu um bico errado pra frente que culminou no gol de Roger Guedes – e de lá pra cá o Dinizismo desandou de vez. Não foi Diniz que mexeu errado, escalou mal ou deixou o time vulnerável naquela ocasião. Os jogadores tiveram ali um altíssimo percentual de responsabilidade na eliminação.

Em seguida, o sonhado título brasileiro, que já era praticamente impossível para o Tricolor, não virou realidade e está encaminhado para o Palmeiras. Logo, a taça que faltava para pesar o currículo de Diniz não veio e nem virá em 2022. O G-4 dado como certo começa a ser questionado. As três derrotas seguidas preocupam, até porque isso não havia acontecido ainda nesta temporada.

Só que os melhores momentos do Fluminense foram com Diniz, mesmo sem caneco levantado. O estilo de jogo de Abel Braga – outro técnico tricolor na temporada – não agradava, apesar do título carioca. Ou estou errado? 

Será que o mesmo tricolor que chamou Fernando Diniz de burro no Maracanã ontem seria capaz de não assinar o contrato de renovação para a permanência do técnico em 2023? 

Talvez Diniz não esteja pronto para a Seleção Brasileira, mas uma coisa é certa: Diniz não ficar no Fluminense para 2023 será a maior derrota do clube no ano. 

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