Entenda por que o UFC 294 deve ter polêmicas sobre a guerra no Oriente Médio

Lutas do UFC envolvem muçulmanos e americanos, que podem se manifestar sobre o conflito em Israel

Por Allan Brito

Entenda por que o UFC 294 deve ter polêmicas sobre a guerra no Oriente Médio
Islam Makhachev, principal atleta do UFC 294, é muçulmano
Divulgação

O UFC 294 tem um ótimo card e provavelmente contará com grandes lutas neste sábado (21). Mas também pode ser marcante por causa de polêmicas sobre a guerra no Oriente Médio. As presenças de atletas muçulmanos e americanos, junto com outros fatores, podem gerar manifestações e até discussões.

Questão religiosa

O UFC 294 acontecerá nos Emirados Árabes e por isso, desde o começo, houve a tentativa de reunir muitos atletas muçulmanos - dessa forma geraria forte identificação com a população local.

A saída foi reunir muitos atletas europeus que são muçulmanos, como Islam Makhachev, Khamzat Chimaev e Magomed Ankalaev, por exemplo. Muitos lutadores do card são russos, que assim como os muçulmanos, defendem ideias da Palestina - não são exatamente os mesmas ideias do Hamas, mas ambos batem de frente com interesses de Israel.

Por outro lado, muitos americanos defendem Israel, inclusive o presidente Joe Biden. E o card do UFC 294 tem 6 atletas americanos.

Portanto cria-se um cenário em que muitos lutadores, de lados opostos, podem se posicionar durante o evento, seja com bandeiras, acessórios ou até nos discursos e entrevistas após as lutas.

A liberdade pregada por Dana White

Dana White, chefão do UFC, frequentemente defende a liberdade de expressão a todo custo. É uma questão muito debatida nos Estados Unidos, levantada por Donald Trump, amigo de Dana que costuma aparecer em eventos do UFC. Portanto é improvável que Dana proibirá manifestações de atletas sobre a guerra.

Recentemente houve uma mudança que até favorece as manifestações. Os atletas estavam proibidos de entrar com bandeiras de quaisquer países, mas foram autorizados.

Um brasileiro, a bandeira de Israel e ameaças

Aproveitando a liberação , o brasileiro Michel Pereira entrou na arena do UFC com uma bandeira de Israel no sábado passado (14). Segundo ele, era uma manifestação de solidariedade com as vítimas dos ataques do Hamas. 

Michel disse que não teve problemas no evento, mas depois sofreu ameaças na internet. E mandou um recado: "minha esposa viu. Mandaram muitas mensagens para ela dizendo que iam matar a gente, essas coisas ruins. Mas eu não ligo. E já aviso: se vier aqui em casa, estão lascados”.

O card do UFC 294 reúne 3 brasileiros e todos vão enfrentar atletas russos.

Discussão entre "palestino" e americano do UFC

Dois lutadores do UFC já discutiram pela internet por causa da guerra, Belal Muhammad e o campeão dos pesos médios, Sean Strickland.

Belal é americano, mas tem origem palestina e pediu orações ao povo dele na internet. Sean, que é americano, detonou essa mensagem: "isso é o que você chamaria de uma resposta covarde. Ao invés de se posicionar contra o terrorismo e defender uma resolução pacífica, você diz essa idiotice. Ignora o que acabou de acontecer. Belal, você nasceu na América, você vive na América, só cale a boca".  

Os atletas estão em categorias de peso diferentes atualmente, mas Belal já afirmou que está disposto a enfrentar Sean por causa da rivalidade entre os dois. É um confronto improvável, mas comprova como os ânimos podem ficar quentes no UFC por causa da guerra.

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