Duelo UFC

MMA na Olimpíada: qual é a chance disso acontecer?

Até Dana White, chefão do UFC, já defendeu a entrada do MMA nos Jogos Olímpicos, mas na prática isso está longe de ser realidade

Por Allan Brito

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Conheça os campeões do UFC, detalhes das lutas, datas dos próximos eventos, curiosidades sobre os atletas e relembre momentos históricos. O blog Duelo, do jornalista Allan Brito, esquenta a nova cobertura do UFC na Band

Reprodução/ IMMAF

Qual é a chance do MMA virar um esporte olímpico? Essa pergunta é comum quando acontecem os Jogos, como agora. E ganhou um apoio importante há dois anos: Dana White, chefão do UFC, já disse que apoia a ideia.  

“Acho que já deveria ser um esporte olímpico. Eu não estou fazendo pressão por isso, mas concordo com quem quiser. O grande problema da Olimpíada é a audiência. Você quer audiência? Coloque o MMA nas Olimpíadas”, disse ele, ao canal do UFC.

De fato o COI (Comitê Olímpico Internacional) tem apostado em esportes que possam atrair o interesse de jovens, como surfe, skate, escalada e o basquete 3x3. Então apostar no MMA seria vantajoso nesse sentido.

Problemas

É fácil ver as vantagens. Mas na prática existem muitos impedimentos para o MMA virar esporte olímpico. Como o próprio Dana White afirmou, ele não faz campanha por isso. Não é viável esperar que o UFC ou outra organização de MMA faça um movimento para que o esporte entre na Olimpíada.

Quem tem que fazer essa campanha é uma federação internacional. No caso do MMA algumas já se envolveram nesse assunto, como WMMAF e a GAMMMA. Mas a principal hoje é a IMMAF (Federação Internacional de MMA).  Ela assume que o objetivo é transformar o MMA em esporte olímpico.  

"Tornar-se um esporte olímpico é a maior conquista e o mais alto reconhecimento formal possível para qualquer esporte. Os desafios para o MMA são grandes, mas também as oportunidades também. E o esporte não deve ter menor ambição", informa a entidade no site oficial.

A IMMAF organiza competições amadoras e reúne confederações do mundo todo, na tentativa de unificar as regras. É fundamental também se aproximar do COI (Comitê Olímpico Internacional) e atender às exigências dele.

O COI quer que os esportes tenham popularidade em mais de 75 países e 4 continentes. Alguns anos atrás, isso seria um grande desafio para o MMA. Mas tudo mudou rápido, inclusive com grande contribuição do UFC, que realiza eventos ao redor do mundo. Já virou comum ver europeus, asiáticos e africanos fazendo as lutas mais importantes.

Mas uma grande dificuldade para o MMA se tornar olímpico é a mudança de regras. Afinal, com as regras atuais, é muito improvável que um atleta faça muitas lutas em pouco tempo. No UFC os lutadores precisam de, no mínimo, 14 dias. E esse tempo seria inviável na Olimpíada, que acontece em pouco mais de duas semanas. Então seria necessário diminuir o tempo das lutas.

Além disso, usar mais equipamentos de segurança seria fundamental. A IMMAF já realiza competições com esses aparelhos, mas eles não são vistos em grandes competições profissionais.  

Portanto não é impossível ver o MMA na Olimpíada. Mas deve demorar. Depende de movimentações políticas e adaptações no esporte. E se um dia isso acontecer, provavelmente será algo parecido com o boxe olímpico: com algumas mudanças e sem as principais estrelas. Serão atletas jovens, em busca de projeção para o MMA profissional. Mas não deixará de ser um grande entretenimento.

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