O Brasil ficou sem cinturões do UFC depois de derrotas duras e a aposentadoria de Amanda Nunes. A principal esperança para acabar com essa "seca" tem nome e sobrenome: Alexandre Pantoja. Ele vai lutar pelo título do peso mosca neste sábado (8), no UFC 290, contra Brandon Moreno. Mas há dois anos era difícil imaginar Pantoja nessa situação.
Alexandre Pantoja já era um atleta importante do UFC em 2021. Mas a pandemia de covid-19 e uma derrota dura deixaram o brasileiro em situação delicada.
Ele diz que perdeu muito dinheiro quando tentou levar a família para os Estados Unidos, onde treina. “Eu sou um pai de família, um cara trabalhador e prezo muito pela família, pelo legado que vou deixar para os meus filhos. Eu investi muito dinheiro para trazer minha família para os Estados Unidos depois que teve a pandemia e não teve evento".
Pantoja só disputou uma luta em 2020 e foi derrotado por Askar Askarov, após decisão unânime dos juízes laterais.
A família de Pantoja teve que voltar para o Brasil até que surgisse uma nova luta. Ele derrotou Manel Kape em fevereiro de 2021 e investiu para levá-los aos Estados Unidos novamente. Porém isso causou uma nova dificuldade financeira. E dessa vez Pantoja teve que buscar um emprego alternativo enquanto se preparava para uma nova luta.
"Eu estava lutando para ganhar 100 dólares, fazendo o Uber Eats, o delivery de comida. Talvez por isso fiquei gripado, porque estava chovendo e eu entregava comida", lembrou Pantoja.
O brasileiro superou a gripe para enfrentar Brandon Royval. Conseguiu vencer por finalização e, após a luta, comemorou o alívio financeiro. “Olhando meu saldo no banco, não tenho dinheiro para viver nem mais um mês. Se semana passada eu lutava por 100 dólares, hoje eu tive a felicidade de fazer 100 mil”, concluiu.
Pantoja derrotou Alex Perez em julho de 2022 e se credenciou para lutar pelo cinturão contra Brandon Moreno. O brasileiro já derrotou o mexicano duas vezes na carreira e vai tentar entregar esse cinturão para o Brasil.