O troféu da Copa do Mundo que estará em disputa no Catar a partir deste domingo (20) nasceu há exatamente 51 anos pelas mãos do artista italiano Silvio Gazzaniga. Escultor de Milão, Gazzaniga venceu em 1971 a disputa com outros 52 projetos para a criação da nova taça da Copa do Mundo, depois que a troféu anterior, a Taça Jules Rimet, ficou de posse definitiva com o Brasil após a conquista do tri em 1970 - e roubada da sede da CBF no Rio em 1983 até ser derretida.
O troféu tem 36,5 centímetros de altura e é feito de 6,175 kg de ouro 18 quilates. Tem ainda em sua base 13 centímetros de diâmetro contendo duas camadas de malaquita. O troféu é oco por dentro. Se fosse de ouro maciço, pesaria mais de 70 kg e seria bem difícil de ser levantado.
Gazzaniga tinha 50 anos quando criou a taça. Ele diz que se inspirou na imagem de dois atletas comemorando uma vitória. "Para criar um símbolo universal do espírito esportivo e da harmonia do mundo esportivo, me inspirei em duas imagens fundamentais: a do atleta que se alegra e a do mundo", explicou em seu site oficial.
"Queria obter uma representação plástica do esforço que exprimisse simultaneamente harmonia, sobriedade e paz. A figura tinha que ser linear e dinâmica para chamar a atenção para o protagonista, ou seja, o jogador de futebol, um homem transformado em gigante pela vitória, sem no entanto ter nada de sobre-humano. Este herói esportivo teria reunido em si todos os esforços e sacrifícios exigidos dia a dia de seus irmãos e teria encarnado o caráter universal do esporte como compromisso e libertação, tendo o mundo em seus braços."
"Com os dois atletas levantando os braços, quis significar o momento de alegria e exaltação da vitória. A esfera acima deles, modelada em relevo com a imagem fiel dos continentes, lembra o mundo e, ao mesmo tempo, a bola, enquanto as linhas entre as duas figuras humanas quase especulares, em seu contraste, expressam um movimento dinâmico típico da esporte. A matéria-prima entre as duas faces opostas do troféu expressa o vigor, a energia e a aspereza do jogo de futebol e do intenso empenho esportivo."
Até hoje, apenas 12 capitães tiveram a honra de levantar essa taça. Alemanha ganhou três vezes a Copa já com o Troféu Fifa; Argentina, Brasil, França e Itália ganharam duas, e a Espanha, uma vez.
Todos os capitães que levantaram a taça
- 1974 - Franz Beckenbauer (Alemanha)
- 1978 - Daniel Passarella (Argentina)
- 1982 - Dino Zoff (Itália)
- 1986 - Diego Maradona (Argentina)
- 1990 - Lothar Matthaus (Alemanha)
- 1994 - Dunga (Brasil)
- 1998 - Didier Deschamps (França)
- 2002 - Cafu (Brasil)
- 2006 - Fabio Cannavaro (Itália)
- 2010 - Iker Casillas (Espanha)
- 2014 - Philipp Lahm (Alemanha)
- 2018 - Hugo Lloris (França)
Ganha, mas não leva
O troféu original é entregue ao campeão do mundo no dia da final, mas a taça que a seleção leva para casa é uma réplica feita de bronze e banhada a ouro. A original volta para o Museu da Fifa, em Zurique, na Suíça, depois da Copa. Assim, não corre o risco de ser roubada.