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'Não chores por mim, Argentina': sombra de Maradona ainda atormenta Messi

Camisa 10 pode bater vários recordes nesta Copa, mas tem que tirar o peso de um país em suas costas

Paulo Guilherme Guri

Quando Rubens Barrichello correu o Grande Prêmio do Brasil de 1995, em Interlagos, ele levou, além do capacete verde e amarelo igual ao de Ayrton Senna na cabeça, o peso de tentar substituir o grande ídolo dos brasileiros que tinha morrido no ano anterior. Deu tudo errado para Rubinho naquela corrida, o carro quebrou e ele chegou aos boxes desolado. “Aprendi que não posso querer ser o novo Ayrton Senna. Eu tenho que ser eu mesmo”, declarou.

Lembrei dessa entrevista que fiz com Barrichello naquele dia ao ver o argentino Lionel Messi sofrendo diante da Arábia Saudita com o peso de querer se igualar (ou superar?) Diego Maradona na primeira Copa do Mundo disputada desde a morte do eterno camisa 10, que completará dois anos nesta sexta-feira (25).

Messi não consegue ser na seleção argentina o craque decisivo que foi no Barcelona e, agora no Paris Saint-Germain. A Copa do Catar é a última de sua carreira, e a grande chance para Messi bater vários recordes e superar Maradona no coração do povo argentino. Mas não acho que ele vai conseguir.

Recordes

Maradona jogou quatro copas como jogador, foi campeão em 1986 e vice em 1990. Atuou em 21 partidas e marcou 8 gols. Também esteve em uma Copa, em 2010, como técnico da Argentina.

Messi disputa a sua quinta Copa. Tem um vice-campeonato, em 2014. Jogou 20 partidas e marcou 7 gols. Mais um jogo e um gol ele se iguala a Maradona nestes ítens. Falta ser campeão.

O argentino pode ainda bater outros recordes: se chegar às semifinais ele alcança o alemão Lothar Matthäus em número de jogos (26) e, naturalmente, supera essa marca disputando a final ou mesmo o terceiro lugar.

Se ganhar todos os próximos seis jogos e for campeão, Messi empata com outro alemão, Miroslav Klose, em número de vitórias em Copas do Mundo (18).

Se marcar mais quatro gols, ultrapassa Gabriel Batistuta (que fez 10) e se torna o maior artilheiro argentino nos Mundiais.

Mas, para isso, Messi precisa se livrar da sombra de Maradona e procurar ser o que sempre foi nos clubes. Sem o peso da camisa 10.

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