A euforia de menino de Luca Modric na festa da Croácia pela conquista do terceiro lugar da Copa do Mundo do Catar mostra que, ao contrário do que muita gente pensa, nem só dos grandes campeões vive o futebol. É preciso saber saborear as pequenas conquistas, olhar para trás e ver que a sua carreira foi sim digna e vitoriosa, sem que para isso seja necessário o carimbo de campeão do mundo.
Aos 37 anos, Modric se despede das Copas do Mundo depois deste 2 a 1 da Croácia sobre a seleção de Marrocos com o sabor de dever cumprido. O camisa 10 franzino que vira um gigante nos jogos decisivos, e que levou a Croácia a duas semifinais de Mundiais. Foi vice em 2018 e, terceiro lugar em 2022.
Em um jogo cada vez mais físico, marcado pela velocidade e força dos seus jogadores, Modric mostrou que há lugar para um cara baixo para o esporte, de 1,72 metro, leve como uma pena, com seus 66 kg, capaz de se multiplicar em campo e aparecer sempre desmarcado.
Modric deu show no jogo contra o Brasil organizando a Croácia desde o seu campo de defesa. Deixava os mais jovens correr e estava sempre livre como referência. Como se fosse o Stephen Curry do basquete. Joga a bola para o armador que ele var reorganizar o ataque e achar o cara certo na hora da infiltração.
E Modric mostrou que poder ser também um paizão dos mais jovens, como na entrevista em que falou que tem idade para ser pai de Rodrygo, e orientou o prodígio brasileiro a conseguir seu espaço no Real Madrid e, futuramente, como um dos protagonistas da Seleção Brasileira.
É claro que vamos sentir falta de Luis Soares, Cavani, Cristiano Ronaldo, que vamos sentir muita falta de Lionel Messi e outros veteranos que se despedem neste Mundial. Mas Modric também cabe neste time de gênios do futebol.