Lucas Paquetá vai disputar a sua primeira Copa do Mundo com a camisa 7 da Seleção Brasileira. Motivo de orgulho para qualquer jogador usar o número que já foi de Zagallo (1958), Garrincha (1962), Jairizinho (1970) e Bebeto (1994), mas que, desde o tetra, entrou em uma draga danada e virou sinônimo de falta de sorte.
A “maldição da camisa 7” começou em 1998. Quem usou o número foi o Giovanni, ex-meia do Santos e do Barcelona. Sua função naquele time era fazer o papel do “1” do esquema 4-3-1-2 do técnico Zagallo. Giovanni, no entanto, fracassou logo na estreia. Mal pegou na bola no primeiro tempo do jogo contra a Escócia e saiu do time no intervalo, dando lugar a Leonardo, o camisa 18. E não voltou a jogar mais.
Quatro anos depois, a camisa 7 foi reservada para o volante Emerson, o capitão da Seleção, o cara que iria levantar a taça no caso de o Brasil ganhar o penta na Copa do Mundo de 2002. Mas às vésperas da estreia, Emerson participou de um rachão jogando de goleiro, pulou em uma bola e sofreu luxação do ombro. Foi cortado do time. Em seu lugar foi convocado Ricardinho, do Corinthians, que pouco jogou. E Cafu se tornou capitão e levantou a taça.
Chega 2006, e a Seleção tem como camisa 7 Adriano, o Imperador. Tudo para ser um dos grandes nomes da Copa disputada na Alemanha. Mas Adriano e seus colegas do “Quadrado Mágico”, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, perdem o encanto e a magia subitamente e fracassam todos juntos. Adriano tem uma atuação bem apagada, com dois gols em quatro jogos (um gol no jogo contra Austrália e outro na partida contra Gana) e termina a Copa como reserva de Juninho Pernambucano.
Em 2010, o meia Elano jogou com a camisa 7 e começou muito bem a Copa do Mundo disputada na África do Sul. Fez um gol na estreia contra a Coreia do Norte, outro gol diante da Costa do Marfim e, quando tudo parecia ir bem, sofreu uma lesão séria no final deste jogo que o deixou de fora do resto da Copa. O time sentiu muito a sua ausência.
Detalhe: o gol de Elano contra a Costa do Marfim, em 20 de junho de 2010, foi o último de um jogador camisa 7 do Brasil em uma Copa do Mundo.
No Brasil, em 2014, a camisa 7 foi para o atacante Hulk. Longe de ser o jogador que brilhou no Campeonato Brasileiro de 2021. O Hulk na Copa do Brasil foi tímido, ineficiente, perdido. Atuou em seis partidas, mas só em uma jogou os 90 minutos. Em quatro foi substituído e na disputa do terceiro lugar entrou no final. Não marcou nenhum gol.
Na Copa disputada na Rússia, em 2018, o camisa 7 foi o atacante Douglas Costa. Esteve sempre machucado e sem força física para atuar como titular. Entrou em apenas duas partidas, contra a Costa Rica, na primeira fase, e contra a Bélgica, quando o Brasil já perdia o jogo. Pouco pode fazer.
Todos os camisas 7 do Brasil nas Copas
A numeração dos jogadores passou a ser adotada a partir da Copa do Mundo de 1954, na Suíça. Veja abaixo a lista de todos os jogadores que usaram o número.
- 1954: (7) - Julinho Botelho, atacante
- 1958: (7) - Zagallo, atacante
- 1962: (7) - Garrincha, atacante
- 1966: (7) - Orlando, zagueiro
- 1970: (7) - Jairzinho, atacante
- 1974: (7) - Jairzinho, atacante
- 1978: (7) - Zé Sérgio, atacante
- 1982: (7) - Paulo Isidoro, meio-campista
- 1986: (7) - Muller, atacante
- 1990: (7) - Bismarck, meia
- 1994: (7) - Bebeto, atacante
- 1998: (7) - Giovanni, meia
- 2002: (7) - Ricardinho, meia
- 2006: (7) - Adriano, atacante
- 2010: (7) - Elano, meia
- 2014: (7) - Hulk, atacante
- 2018: (7) - Douglas Costa, atacante
- 2022: (7) - Lucas Paquetá, meia