Um uniforme centenário da Seleção Brasileira, usado em 1922 pelo atacante Amílcar Barbuy na conquista do Campeonato Sul-Americano disputado há 100 anos está em exibição no Museu do Futebol, em São Paulo como parte da exposição "22 em Campo". A relíquia preservada pela família do ex-jogador e ex-treinador da Seleção nos convida a uma viagem pelo tempo em que o Brasil dava os primeiros passos em suas conquistas no gramado.
Feita de algodão, com o escudo da antiga Confederação Brasileira de Desportos costurado à mão, a camisa branca com golas azuis preserva o cordão usado para prender a gola. Traz ainda uma mancha no peito mostrando que Amílcar era um craque que realmente suava a camisa.
Nascido em 29 de abril de 1893 em Rio das Pedras, cidade do interior paulista, Amílcar se mudou ainda menino para São Paulo, começou a jogar bola no Botafogo do bairro do Bom Retiro e, em 1913, passou a defender o Corinthians. No início ele jogava como centroavante, mas depois recuou para atuar como volante.
A ligação com o Corinthians sempre foi grande. Seu irmão, Hermógenes, trabalhava com litogravura e foi responsável por criar o primeiro escudo do clube, entrelaçando as letra C e P, de “Corinthians Paulista”.
Amílcar, com seu espírito de liderança, foi o primeiro jogador corintiano a jogar na Seleção Brasileira, em 1916. Logo se tornou o capitão da equipe e foi peça fundamental na conquista do Campeonato Sul-Americano de 1919, a primeira “Copa América” vencida pelo Brasil. Em 1922, também no estádio das Laranjeiras, no Rio, Amílcar foi um destaques do Brasil no bicampeonato sul-americano. Por muitas vezes Amílcar também exerceu a função de técnico. Era um craque.
Anos depois ele foi jogar no Palestra Itália (atual Palmeiras) onde também se tornou ídolo. A fama de xerife aumentou quando Amílcar peitou ninguém menos que o presidente da República, Washington Luis, durante a final do Campeonato Brasileiro de Seleções, entre paulistas e cariocas, em 1927. Após o árbitro marcar um pênalti inexistentes para os cariocas, Amílcar reuniu o time e retirou todos de campo, em protesto contra a roubalheira. Ouviu o recado do presidente mandando todo mundo voltar e declarou: “Ele manda no Brasil, mas no campo quem manda sou eu”.
Blog do Guri
Essa é história que escolhi para a estreia do Blog do Guri, que vai trazer personagens, curiosidades e muita informação sobre o futebol de hoje e de muito tempo atrás.
Posso dizer que Copa do Mundo está nos acontecimentos mais marcantes da minha vida. Nasci em 1970, no ano do tricampeonato e ainda bebê vi o desfile dos jogadores no caminhão dos Bombeiros com a Taça Jules Rimet conquistada no México. Sofri com uma porção de derrotas do Brasil, como em 1982, 1986 e 1990 até estar in loco, já como jornalista recém-formado, na cobertura da conquista do tetra em 1994, nos Estados Unidos. Em 2002, vi o penta pela TV com a minha filha recém-nascida no colo.
Sou autor dos livros “Goleiros - Heróis e Anti-heróis da Camisa 1” (Editora Alameda) e “Os 11 Maiores Laterais do Futebol Brasileiro” (Editora Contexto). E apaixonado pela história e por histórias do futebol.