Ter uma boa autografada por Pelé é uma relíquia disputada pelos fãs do futebol. Nos sites de compra e venda na internet é possível encontrar uma série de bolas com a famosa assinatura do Rei do Futebol. Os leiloeiros também fazem ofertas de bolas históricas autografadas por Pelé. Em um site de leilões da Inglaterra, uma réplica da bola da Copa do Mundo de 1966 com o autografo de Pelé é vendida por mais de 4,5 mil libras (quase R$ 30 mil).
Veja no vídeo acima as bolas dos gols históricos de Pelé
Como dizia a famosa frase do jornalista Armando Nogueira: “Se Pelé não tivesse nascido homem, teria nascido bola". Figuras inseparáveis, Pelé fez a fama de bolas por onde passou. A bola da final da Copa de 1958, a da final do tri em 1970, a bola do milésimo gol de Pelé. Na verdade, qualquer bola chutada pelo Rei tem um grande valor agregado.
A bola do gol 1.000, por exemplo, já foi a leilão algumas vezes. Em 2005, o empresário e apresentador Roberto Justus arrematou a bola por US$ 22,4 mil (na época, ele pagou o equivalente a R$ 60 mil, e no câmbio de hoje seria mais de R$ 120 mil). A mesma bola voltou para leilão por R$ 100 mil. Em 2016, a bola do milésimo gol voltou a ser leiloada por US$ 60 mil (mais de R$ 300 mil ao câmbio de hoje).
A bola que Pelé esqueceu
Em 1996, fui cobrir a Eurocopa na Inglaterra. Pelé daria uma entrevista em um hotel de luxo em Londres, e jornalistas do mundo todo foram lá para ver de perto o Rei do Futebol. Inclusive eu.
Queria muito perguntar ao Pelé sobre o que estava achando da Eurocopa, se por acaso o Brasil participasse do torneio europeu teria condições de ganhar, mas aquele dia estava impossível chegar perto do Rei. Era jornalista de todo canto do mundo querendo chegar perto, falar, tocar no Pelé.
Ele pegou uma bola oficial, ensaiou umas embaixadinhas com o pé, controlou a bola com a cabeça para delírio dos fotógrafos, e voltou a se sentar.
Ao final do evento, Pelé tentou sair, mas foi a imprensa toda atrás dele. Sem chances aquele dia. Eu não conseguiria arrancar nada do eterno 10.
Saí do bolinho de jornalistas e quando vi, lá estava ela. A bola largada em um canto, embaixo do púlpito que Pelé usou para dar seu discurso. Esquecida, menosprezada. Todo mundo indo embora atrás do Rei e a bola ali, pedindo me chuta, me chuta, me chuta.
Catei a pelota, coloquei debaixo do braço e saí rapidinho. A bola era do patrocinador, do organizador, do povo... "É minha". Peguei o táxi e cá estou até hoje com o troféu: a bola do Pelé.