Yassine Bounou, o Bono, goleiro de Marrocos, não era nem nascido quando outro grande camisa 1 brilhava defendendo a seleção marroquina. Ezaki Badou fez história no país e é até hoje considerado um dos melhores goleiros que o futebol africano já teve.
Badou, mais conhecido pelo apelido “Zaki”, foi goleiro de Marrocos na Copa do Mundo de 1986, disputada no México. Era o capitão do time e mostrava frieza, impulsão, agilidade e explosão muscular para fazer defesas impossíveis. Com ele no gol, era praticamente impossível vencer a defesa marroquina - como acontece na Copa do Catar com o goleiro Bounou.
Zaki fechou o gol nos dois primeiros jogos de Marrocos naquela Copa. Graças a ele, os jogos contra a Polônia, de Boniek, e a Inglaterra, de Lineker terminaram em 0 a 0. Foram 260 minutos sem sofrer gols até que faltando dez minutos para o final do terceiro jogo, quando Marrocos já tinha feito três gols em Portugal, Zaki sofreu seu primeiro gol, marcado por Diamantino.
Nas oitavas de final diante da poderosa Alemanha Ocidental, Marrocos se fechou na defesa e Zaki foi colecionando milagres. O jogo se encaminhava para a prorrogação quando, aos 43 minutos do segundo tempo, a Alemanha teve uma falta a seu favor. Os jogadores de Marrocos começaram a discutir na barreira e não ouviram as orientações do seu goleiro. Deixaram um buraco do lado de fora. O alemão Matthäus percebeu o erro e chutou a bola bem ali. Por mais que Zaki se esforçou para esticar seu corpo de 1,88 metro, não conseguiu chegar a tempo. Gol da Alemanha, e Marrocos eliminado.
Zaki Badou foi eleito o melhor goleiro africano de 1986. Depois da Copa, foi contratado pelo Mallorca, da Espanha, onde conquistou a Copa do Rei em 1992. Foi três vezes eleito o melhor goleiro do Campeonato Espanhol (1988 a 1990) e ganhou o troéiu Ricardo Zamora de melhor goleiro da Espanha em 1989.
Por Marrocos, Zaki jogou 119 partidas e defendeu a seleção por 13 anos. Depois que parou de jogar, se tornou treinador e comandou a seleção por duas vezes, de 2002 a 2005, e de 2014 a 2016.