Três lutas, três vitórias e um evento principal confirmado. Esse é o resumo de Carlos Prates, lutador brasileiro do peso meio-médio, que fará a sua primeira aparição em um main-event no Ultimate em apenas sua quarta luta neste sábado (9), no UFC Vegas 100. O adversário do paulista de 31 anos será o americano Neil Magny, recordista de disputas (33) e vitórias (22) na categoria.

Carlos Prates tem se mostrado ansioso com a ascensão repentina no UFC. Com três nocautes que resultaram em três bônus da noite de US$ 50 mil cada, o brasileiro revelou, em entrevista exclusiva ao band.com.br, que conta os minutos para a sua primeira luta principal no Ultimate e valorizou o apoio recebido no início da carreira. 

“A luta principal é um sonho realizado. É uma coisa que a gente sonha desde que eu comecei a treinar e pensar a lutar no UFC. Estou animado e feliz. A gente vem colhendo o fruto de todo o esforço desde o início da minha caminhada. Desde a época das ”vacas magras", onde a gente lutava nos eventos e não ganhava nada, só gastava. Estamos colhendo frutos por tudo que a gente fez" - Carlos Prates

Natural de Taubaté, no interior de São Paulo, Carlos Prates tem uma relação curiosa com a luta. O “Pesadelo”, como é conhecido dentro do octógono, começou a entrar no esporte após ser inscrito por sua mãe - que não concordou inicialmente com a ideia e queria tirar o filho das “coisas ruins” da rua - em uma academia. O primeiro contato foi apaixonante e rendeu, inclusive, uma experiência de seis anos na Tailândia.

“Chegou uma idade aí que eu comecei a dar muito trabalho pra minha mãe. Fiquei muito tempo na rua, aprendi o que eu não prestava…minha mãe, mesmo sendo contra, me colocou na luta pra me dar um direcionamento. Lutei aqui no Brasil e com 22 anos eu fui pra Tailândia aprender muay thai. A viagem que era de seis meses virou de seis anos".

Elogios de Dana White e projeção do cinturão

Contratado pelo Dana White's Contender Series, o programa de recrutamentos de lutadores para o Ultimate por meio do presidente da organização, Carlos Prates recebeu vários elogios de Dana, a quem o comparou com Anderson Silva, um dos maiores nomes do esporte. O lutador de 31 anos afirmou que não escondeu a emoção ao ser comparado com um dos grandes atletas do UFC.

“Foi maneiro pra caramba, foi a realização de um sonho plantado há anos. Foi legal escutar dele que eu parecia o Anderson Silva. Foi algo imenso”.

Outra coisa que é imensa para Carlos Prates além da luta principal no UFC Vegas 100 e dos elogios de Dana White é o cinturão do peso meio-médio. Caso vença Neil Magny, o brasileiro pode entrar no ranking da categoria e iniciar a sua busca pelo título, que tido como meta pelo paulista pelos próximos dois anos.

É uma coisa que eu já venho planejando já. Se não for no ano que vem, será em 2026. A gente vem trabalhando duro para isso acontecer e isso vai acontecer

A caminhada de Carlos Prates ao topo do Ultimate, inclusive, já tem um próximo nome em mente. O brasileiro revelou que pretende lutar contra um lutador do top-10 no dia 8 de fevereiro de 2025, na Austrália.

Estava muito a fim de lutar nesse card da Austrália no dia 8 de fevereiro (de 2025). Minha filha mora lá, então é sempre legal lutar lá. Talvez uma luta contra o Jack Della Madallena, que é australiano, seria bem massa

Ao mesmo tempo que projeta o cinturão, Carlos Prates já pensa em uma aposentadoria. Com mais de 100 lutas na carreira, o paulista projeta apenas mais quatro anos de ação no octógono antes de se despedir do esporte.

“Daqui a cinco anos eu me vejo aposentado. Eu quero lutar até 35 anos. Já tenho mais de 100 lutas de muay thai pelo mundo afora, já me machuquei muito…Mais uns quatro anos aí. É o tempo que eu estou me dando até eu ser campeão. Mas vou lutar até os 35 anos e chega”, finalizou.

A Band, o Bandplay e o band.com.br transmitem as emoções do card principal do UFC Vegas 100 neste sábado (8), a partir das 21h (Brasília).