Cães farejadores, escolta e mais: veja o esquema de segurança para Supercopa

Órgãos de SP e MG fazem plano para evitar qualquer possibilidade de conflitos entre torcedores de Palmeiras e São Paulo

Por Gabriela Santos

Cães farejadores, escolta e mais: veja o esquema de segurança para Supercopa
Cães farejadores, escolta e mais: entenda esquema de segurança para Supercopa
Breno Pataro / PBH

No próximo domingo, 4, Palmeiras e São Paulo vão se enfrentar pela decisão da Supercopa Rei, no Mineirão, Belo Horizonte. A partida marcará o reencontro das duas torcidas em um mesmo estádio depois de quase oito anos.

Desde 2016, o estado de São Paulo não permite que jogos que envolvam Palmeiras, Santos, Corinthians e São Paulo tenham torcidas visitantes. Por isso, a partida de domingo será um marco histórico para os torcedores paulistas e pode reacender o debate sobre a presença dos visitantes na capital e baixada.

Em entrevista exclusiva à Band, Cesar Saad, delegado do DRADE (Delegacia de Repressão aos Delitos Esporte), disse que um plano de ação envolvendo órgãos de São Paulo e Minas Gerais foi desenvolvido. Desde o anúncio do local, foram realizadas quatro reuniões com as lideranças das torcidas.

“Todas as forças de segurança e o Ministério Público de SP estão envolvidos, justamente pela questão de envolver dois estados do Brasil, São Paulo e Minas Gerais, e por envolver uma estrada federal que liga os estados. A Polícia Civil, Polícia Militar, Ministério Público de São Paulo, Poder Judiciário de São Paulo, da mesma forma de Minas Gerais, e a Polícia Rodoviária Federal estão fazendo um plano de ação em conjunto com essas forças de segurança de todas as agências envolvidas que fazem parte dessa operação que começa em São Paulo, tem o jogo em Belo Horizonte e termina com a volta das torcidas para São Paulo”, disse. 

Revistas terão cães farejadores e atenção redobrada

Além de todo o processo de escolta dos torcedores, os órgãos competentes se preparam para uma revista reforçada nos ônibus e torcedores, incluindo o uso do canil da PM. Segundo o delegado, palmeirenses e tricolores não poderão embarcar sem seus ingressos.

"É feita essa revista não só nos veículos, mas também nos torcedores. Vai ter também o canil da PM para que eles possam fazer um trabalho preventivo em caso de drogas e explosivos" 

Cesar Saad explica que as lideranças das torcidas organizadas foram orientadas sobre as saídas da cidade de São Paulo. Os palmeirenses serão os primeiros a saírem, por volta das 19h (horário de Brasília) de sábado, com o ponto de concentração no Allianz Parque. Às 23h (horário de Brasília), será a vez dos Tricolores que farão a sua concentração no Largo do Paissandú, região central da capital. 

Horários também foram definidos estrategicamente pelos órgãos responsáveis. O delegado detalha que em momento algum a escolta deixará de ser feita. Ao deixarem o ponto de concentração, os torcedores serão levados rumo à rodovia Fernão Dias, onde receberão escolta da Polícia Rodoviária Federal e, ao chegarem em Minas Gerais, serão recebidos pelo Batalhão de Choque mineiro, que os levarão para o Mineirão.

Orientações para as caravanas 

Lideranças também deverão orientar os demais torcedores que as caravanas não irão parar até chegarem ao estádio. Segundo o delegado, não é viável que aconteçam paradas devido a quantidade de coletivos e isso atrapalharia a logística criada.

“Seria inviável 50 ônibus de cada torcida pararem em postos de gasolina para abastecimento ou alimentação. Todos os ônibus obrigatoriamente tem que ter banheiros e os torcedores têm que levar alimentação”, explicou.

Nas redes sociais, as principais torcidas organizadas divulgaram quantos coletivos estão fechados. Até a finalização desta reportagem, Mancha Alvi Verde, do Palmeiras, estava com 52 ônibus; já a Torcida Tricolor Independente, do São Paulo, com 60 coletivos.

Instrumentos deverão ser identificados

Além dos coletivos, todos os itens liberados para as festas passaram por uma revista. As lideranças enviaram ofícios solicitando quais materiais gostariam de levar para Minas Gerais. Esse documento passou por uma checagem dos batalhões de Choque tanto de São Paulo, quanto do estado mineiro.

Diferentemente de São Paulo, as duas torcidas foram autorizadas a usarem dentro dos estádio bandeiras com mastros, além de bandeirinhas, faixas, bandeirões e outros objetos que farão parte da festa.

Mas para serem usados, eles deverão ser identificados e terem pessoas responsáveis. Mesmo com a documentação aprovada, ao chegarem em Minas Gerais, os itens passarão por uma nova checagem pelo Choque.

“Uma vez que eles chegarem em Minas Gerais esses itens são checados, pelo policiamento de choque. Tanto os instrumentos, quanto os bambus das bandeiras precisam estar identificados"

 

Torcidas terão a chance de mostrarem que podem conviver no mesmo ambiente sem qualquer tipo de conflito. Além disso, bons comportamentos devem resultar na retomada das conversas para o fim das torcidas únicas em São Paulo.

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