Ao vencer a Copa Libertadores de 2024, o Botafogo se tornou a primeira SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Brasil a conquistar títulos de primeira grandeza. Depois o Fogão ainda venceu o Campeonato Brasileiro e entrou para a história com um feito que só dois times já conseguiram. É a maior prova de que uma SAF pode dar certo. Mas nem tudo é sucesso: também existem SAFs que fracassaram em todas divisões do Campeonato Brasileiro.
SAFs na Série A: campeão e rebaixados
1º Botafogo (campeão)
4º Fortaleza
8º Bahia
9º Cruzeiro
10º Vasco
12º Atlético-MG
19º Atlético-GO (rebaixado)
20º Cuiabá (rebaixado)
O Botafogo virou SAF e passou a receber investimentos de John Textor desde 2022. Esteve perto de ser campeão da Série A em 2023, mas fracassou na reta final. Em 2024, o time cresceu na hora mais importante e conquistou o título.
Já o Fortaleza é um caso diferente: virou SAF para ficar aberto a investimentos, mas ainda não negociou nada. A SAF é controlada pela associação, que levou o time a uma campanha histórica, a melhor de um time nordestino na era dos pontos corridos.
O Bahia foi comprado pelo Grupo City em 2023. Correu risco de rebaixamento naquele ano. Mas dessa vez ficou na parte de cima da tabela e conseguiu classificação para a próxima Libertadores.
A SAF do Cruzeiro já teve dois donos, Ronaldo e Pedro Lourenço. Essa transformação salvou o time de uma grave crise financeira. E 2024 foi uma temporada de altos e baixos: chegou na final da Copa Sul-Americana, mas perdeu para o Racing. Ficou no topo da tabela, mas não conseguiu vaga para a Libertadores.
O Vasco virou SAF, foi vendido para a 777, mas cancelou o negócio. Atualmente o clube segue como Sociedade Anônima do Futebol, mas está negociando com outros investidores.
O Atlético-MG pertence à Galo Holding, grupo que reúne empresários que já investiam no clube antes de virar SAF. O clube chegou nas finais de duas Copas, mas perdeu. E lutou contra o rebaixamento até a última rodada no Brasileirão.
O Atlético-GO é outra SAF que não tem investidor por enquanto. Mas o presidente do clube entende que o time só conseguirá se firmar na Série A quando vender parte da SAF.
Já o Cuiabá recebe investimento da família Dresch, dona da indústria de borracha Drebor. O clube cometeu muitos erros na gestão do futebol e caiu como lanterna. Mas fez investimento em estrutura para crescer a médio prazo, com a construção de um novo CT moderno.
SAFs na Série B: sem acesso nem rebaixamento
5º Novorizontino
8º América-MG
12º Coritiba
14º Botafogo-SP
Na Série B as duas SAFs que chegaram mais perto de subir não possuem investidores externos. Tanto o Novorizontino quanto o América-MG viraram SAF, mas ainda são controlados pela associação.
Já o Coritiba foi vendido para a empresa Treecorp, que é alvo de protestos da torcida, pois foi rebaixado em 2023 e nem entrou no G4 da Série B neste ano.
O Botafogo-SP recebe investimento do empresário Adalberto Baptista, mas tem problemas políticos internos e lutou contra o rebaixamento nesta temporada.
SAFs na Série C: acessos e boas campanhas
2º Athletic (subiu)
3º Ferroviária (subiu)
6º São Bernardo
8º Londrina
11º Figueirense
Duas SAFs de perfis diferentes subiram na Série C. O Athletic possui quatro sócios investidores: Futbraz (59,5%), Tiberis Holding (21,5%), Construtora Felipão (7%) e Família Lago de Minas (7%). Atualmente a associação tem 5%. Depois da Série C, o clube informou que vai buscar novos investidores no exterior.
Já a Ferroviária atualmente tem apenas um investidor, Filippo Bertolucci. Ele é filho do empresário Giuliano Bertolucci, que já trabalhou com muitos jogadores famosos. O clube está na Série A2 do Campeonato Paulista, mas tem conseguido sucesso nas divisões nacionais.
O São Bernardo tem investimento da Magnum e se classificou para a segunda fase, mas não subiu. Já o Londrina, que também disputou a segunda fase, foi comprado neste ano pela Squadra Sports, de Guilherme Bellintani, ex-presidente do Bahia.
Já o Figueirense, o único que não passou para a segunda fase, está buscando novos investidores. O clube conseguiu aprovar uma recuperação judicial e, com isso, pretende vender a SAF em breve.
SAF na Série D: um acesso e muitas decepções
O Maringá é clube-empresa desde antes da lei da SAF e possui dezenas de investidores. Conseguiu subir para a Série C nesta temporada e tem projeto para chegar na Série A em breve.
Mas outras SAFs ficaram pelo caminho na Série D. O Brasiliense foi eliminado nas quartas de final. O Cianorte caiu nas oitavas. América-RN, que recebe investimento do lateral Marcelo, saiu na segunda fase, assim como o Mixto. Já Hercílio Luz, São José-SP e Ipatinga nem passaram da fase de grupos.