Questionado no Brasil, Borja supera reserva e vira protagonista no River

Colombiano não deixou muitas saudades no Palmeiras e no Grêmio, mas vive grande fase no River semifinalista da Libertadores

Gustavo Freua

Questionado no Brasil, Borja supera reserva e vira protagonista no River
Borja em ação pelo River Plate contra o Boca
Agustin Marcarian/Reuters

Em sua passagem de quatro anos pelo futebol brasileiro, Miguel Borja não deixou tantas saudades nas torcidas de Palmeiras e Grêmio. Para reencontrar o futebol que o trouxe para o Brasil, o atacante voltou às suas origens e hoje é o principal jogador do River Plate de Marcelo Gallardo.  

Em seu terceiro ano pelo River, Borja soma mais de 100 jogos, 51 gols e três títulos nacionais e agora busca a conquista da Libertadores com a camisa do gigante argentino. Uma trajetória que começou em 2022, e não sem dificuldades.

O River buscava um substituto para Julian Alvarez, já vendido ao Manchester City. Na sombra de Alvarez, Borja teve um primeiro ano discreto, com nove gols em 20 partidas. Sem o jovem ídolo na equipe, a expectativa era de que o colombiano naturalmente assumisse a responsabilidade pelo ataque, mas isso não aconteceu. Em vez disso, o garoto Lucas Beltrán roubou o protagonismo e colocou a estrela colombiana no banco.

Titularidade na Argentina

Mais uma vez em sua carreira, Borja parecia que não daria certo longe de seu país-natal até que Beltrán foi negociado com a Fiorentina, o que abriu espaço para que o atacante colombiano fosse tido, agora sim, como titular.

Até aqui, a temporada de Borja com o River tem sido fantástica. Ele já marcou 27 vezes em 39 jogos, é o artilheiro do time com mais que o dobro de gols do seu vice (Facundo Colidio tem 13 gols). Essa marca também já supera seu ano mais artilheiro jogando por um único time. Em 2017, ele fez 22 gols pelo Internacional Palmira, também da Colômbia.

Hoje, Miguel Borja é o principal jogador da equipe treinada por Marcelo Gallardo e ídolo da torcida, mostrando que também consegue jogar bem fora das terras colombianas.

Chegada ao Palmeiras com pompa

Em 2017, o Palmeiras anunciou a contratação de Borja, que havia sido campeão da Libertadores do ano anterior com o Atlético Nacional. O jogador veio com fama de artilheiro e carrasco do São Paulo, time que ajudou a eliminar marcando quatro gols (2 no Brasil e 2 na Colômbia) nos jogos válidos pelas semifinais da competição daquele ano.

Em seu ano de estreia, a euforia pela sua chegada, que teve até recepção eufórica no aeroporto, deu lugar a desconfiança. Foram apenas 10 gols em 45 jogos, eliminações precoces no Campeonato Paulista e na Libertadores e, apesar de ser vice-campeão brasileiro, o colombiano não empolgou e sempre alternou a titularidade com o banco de reservas.

Boa fase no Palmeiras e título do Brasileirão

A contratação do goleador parecia ter dado errado. Mas veio a temporada de 2018, e com ela, a boa fase de Borja retornou. Em seu segundo ano, ele atuou 43 vezes e anotou 20 gols, sendo o artilheiro da equipe, principalmente na Libertadores, onde marcou nove vezes. Embora o título internacional não tenha vindo, o Palmeiras consagrou-se campeão brasileiro e o camisa 9 marcou o seu lugar no ataque palestrino.

Rebaixamento com o Grêmio

Contudo, a temporada de 2019 foi decepcionante. O colombiano sofreu com lesões no joelho, coxa e calcanhar, e não teve o desempenho do ano anterior. Isso somado a campanhas decepcionantes nas competições que o Palmeiras disputou, criando o cenário de caos que culminou em críticas ao atacante e consequentemente o seu empréstimo para o Júnior Barranquilla no final do ano.

A volta à Colômbia fez bem a Borja, que conseguiu ser novamente um atacante letal. Tanto que foi o artilheiro do time na temporada 2020. Em 2021, deu sequência ao bom trabalho no time colombiano e chamou a atenção do Grêmio, que entrou em contato com o Palmeiras para contratá-lo por empréstimo até o fim de 2022.

O início no Tricolor Gaúcho, que à época brigava contra o rebaixamento no Brasileirão, foi animador, com três gols em quatro jogos. No entanto, Borja não conseguiu seguir balançando as redes e fechou sua passagem com somente cinco gols marcados e rebaixado para a Série B. O descenso fez a diretoria gremista rever os planos e a ordem foi enxugar a folha salarial para o ano seguinte. Com o salário alto, Borja foi dispensado e retornou ao Júnior Barranquilla.

Volta às origens e transferência para o River

No retorno ao futebol colombiano, o atacante reencontrou o faro de gol, marcando mais 16 vezes. A fase artilheira fez com que o River Plate se interessasse por Borja: em julho de 2022, o atacante assinou com o time argentino, pelo qual agora tenta ganhar sua segunda Libertadores.

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