O Pacaembu está de volta, prestes a comemorar 85 anos de história em 2025. Com uma reforma que ultrapassou R$ 800 milhões, o tradicional palco do futebol paulistano volta à ativa totalmente remodelado. A reabertura oficial aconteceu na final da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2025, após quatro anos fechado para reformas.
O estádio, que sempre foi considerado um dos mais charmosos e aconchegantes de São Paulo, passou por profundas modificações. A capacidade foi reduzida de 37 mil para 25.5 mil pessoas, e o famoso tobogã foi demolido para dar lugar a um prédio multifuncional, que inclui um centro de experiências de cultura e lazer, além de um hotel.
Apesar de manter parte de sua arquitetura original, o Pacaembu enfrenta críticas sobre ter perdido sua "alma". Especialistas apontam que o estádio, tão importante na história do futebol paulista e nacional, agora tem sua atividade esportiva reduzida. Segundo críticos, o novo modelo comercial diminuiu a importância, a frequência de eventos e até mesmo a capacidade do local.
Torcedores relatam memórias afetivas ligadas ao estádio, especialmente por sua localização central e atmosfera única. "Várias gerações de torcedores passaram pelo Pacaembu, que não perdeu sua relevância nem mesmo quando o Morumbi foi finalizado com o dobro de capacidade", comentou um entrevistado na matéria especial do Band Esporte Clube. O maior público registrado foi de 73.532 pessoas em um clássico entre Palmeiras e Santos pelo Campeonato Brasileiro de 1977.
César Maluco, ídolo do Palmeiras e segundo maior artilheiro da história do clube, relembra com carinho suas caminhadas do estádio até sua casa, junto à torcida. "Na saída, terminava o jogo, saía andando, no meio do povão, com a torcida", recorda o ex-atacante, ressaltando a conexão única do Pacaembu com seus frequentadores.
Edson Sorriso, locutor oficial do Pacaembu desde 2011, também é destaque. Sua voz tornou-se um símbolo do local, que se confunde com a memória afetiva de milhares de torcedores ao longo das décadas.
Mesmo com as transformações, o Pacaembu ainda desperta sentimentos profundos e variados. Enquanto alguns lamentam a descaracterização do estádio, outros reconhecem a necessidade de modernização para garantir sua sobrevivência como um espaço relevante para cultura, esporte e lazer.
Agora, o Pacaembu é apresentado como um complexo multifuncional, com pista interna para corrida e espaços destinados a eventos variados. Ainda assim, resta a pergunta: o estádio mais tradicional de São Paulo conseguirá conciliar sua rica história com o futuro que se propõe a construir?
