A temporada de 2025 da Stock Car será marcada, entre outras questões, pela adoção dos SUVs. Os utilitários esportivos substituirão os tradicionais sedãs, que utilizados desde o primeiro campeonato da categoria, em 1979.
A troca faz parte de uma repaginação da Stock. Em 2023, eram apenas duas montadoras no grid, com um modelo cada: Chevrolet (com o Cruze) e Toyota (com o Corolla). Na mudança, as duas fabricantes permanecem, com a Chevrolet Tracker e com o Toyota Corolla Cross, mas deverão ganhar a companhia de mais duas montadoras.
Para quem está na categoria, as mudanças foram bem recebidas. É o caso de Gianluca Petecof, piloto da Full Time.
“Acho que mudança é sempre bom. A gente está em um momento em que a categoria está crescendo muito em termos de visibilidade, comercialmente. E a gente usa o mesmo equipamento, o mesmo chassi desde 2009. Está na hora dessa mudança, e eu gostei muito. Gostei muito dessa nova geração”, afirmou.
A avaliação é semelhante à de Bruno Baptista. O piloto da equipe RC Motorsports mostrou otimismo com a mudança dos carros, ciente do reflexo do mercado automotivo do Brasil na Stock Car.
“Eu acho que toda categoria e toda empresa são feitas de mudanças. Se não mudar, às vezes pode até morrer. Acho que é uma mudança que, para o campeonato, pode ser importante”, analisou.
“Acho que vai ser muito importante, positivamente. Os gráficos já falam que, hoje em dia, os SUVs têm muito mais venda no Brasil do que os sedãs, e só está aumentando. Para a gente, quanto mais montadora tiver aqui na Stock Car, melhor. Então, se isso que vai trazer mais montadora, acho que a Stock Car acertou em fazer essa mudança.”
Resistência inicial dos pilotos
A troca de categoria de carro depois de quase 50 anos de Stock Car no Brasil foi recebida com críticas nas redes sociais. No entanto, pesquisa encomendada pela própria organização indicou uma resposta positiva de fãs, tanto dos mais fervorosos quanto dos habituais.
Mesmo entre os pilotos, o anúncio da troca de sedãs por SUVs foi recebida inicialmente com surpresa. Felipe Fraga, da Blau Motorsport, disse que precisou vencer o preconceito antes de se empolgar.
“Quando eu ouvi falar a história de SUV, eu confesso que fiquei com um pré-conceito. Falei: ‘Putz, vai ficar horrível’. Mas vi a apresentação e acho que ficou muito legal. Não é jabá, nem puxando o saco da categoria. Acho que eles mandaram bem, porque ficou um SUV menor, ficou um SUV pequeno. Tem muitos carros hoje em dia que são parecidos. Acho que vai bombar, acho que vai ser superlegal”, afirmou o tocantinense.
Para Gianluca Petecof, é natural que a mudança de 2025 seja absorvida com o tempo pelo público mais resistente.
“É claro que não dá para agradar a todo mundo, mas gosto de usar o exemplo do halo. Quando introduziram o halo na Fórmula 1, o pessoal reclamava muito no começo, (dizendo) que esteticamente era feio, parecia um chinelo e tudo mais, e hoje em dia é uma das coisas mais bem faladas. Acho que essa mudança para o SUV tem todo o potencial para ser igual. Então vamos esperar para ver na pista. É o que interessa, mas tenho certeza de que vai dar muito certo. Estou animado para essa nova era da Stock Car”, analisou.
Ainda segundo Felipe Fraga, o fim do ciclo dos carros atuais, iniciado em 2009, cumpre uma expectativa do próprio grid. “Eu acho que foi muito positiva a mudança, porque a gente está com um carro que já está há 14 anos. É muito legal essa mudança, uma mudança que a gente já está há uns anos na expectativa de andar em um carro mais rápido, com tecnologia melhor, mais seguro. É tudo melhor. Só de peso, a gente está falando de 200 kg ou 250 kg a menos, isso aí é performance absurda que muda. Acho que vai ser muito bacana.”