Gabriel Bortoleto se diverte com os memes a respeito dele na internet. Não raro, vê fãs fazendo trocadilhos com o seu sobrenome, que vira “borboleto” em postagens por aí.

O humor leve foi uma das marcas da temporada 2023 do piloto paulistano, que fecha 2023 com o título de 2023 e com um contrato já assinado para disputar a Fórmula 2 em 2024. Com uma pilotagem madura e um desempenho sólido, andou sempre os líderes na categoria e só deixou de pontuar na etapa de Spa-Francorchamps (Bélgica). Nas outras oito etapas (16 corridas), conquistou duas vitórias e foi quatro vezes o segundo colocado.

Agora, o objetivo é chegar à Fórmula 2 em condições de disputar o título já em 2024. Para isso, ele assinou contrato com uma equipe que ainda não pode divulgar, mas que acredita estar entre as primeiras colocadas.

“Não posso ainda falar a equipe onde eu vou correr ano que vem, mas é uma equipe boa, com muito potencial para a gente lutar pelo título”, afirmou Bortoleto em entrevista ao programa Resenha GP desta segunda-feira (4). Entre 2017 e 2022, foram três títulos da equipe Prema (2017, 2020 e 2021), dois da equipe ART Grand Prix (2018 e 2019) e um da MP Motorsport (2022).

Enquanto não estreia na principal categoria de acesso à Fórmula 1, Gabriel Bortoleto se dedicará a treinos físicos e trabalhos no simulador. “Preciso treinar bastante. Falaram que o carro da Fórmula 2 é bem pesado, físico, então vai ser um momento em que eu preciso treinar bastante. Eu aguento bem o carro da Fórmula 3, mas é sempre bom você estar em forma para não sofrer absolutamente nada na corrida. E (farei) bastante simulador também, esse é o principal. Eu vou fazer muito simulador – faço tanto em casa quanto vou começar a fazer na equipe e em outros lugares que são profissionais.”

Na F2, uma novidade espera não apenas Gabriel Bortoleto, mas também todos os pilotos do grid: o novo carro da categoria, que estreia justamente em 2024. O modelo, mais próximo de um Fórmula 1, tem mudanças no bico, nas asas dianteira e traseira, no chassi, no santantônio e no cockpit.

“Não tem muitas informações de peso dele ainda. Mas pelo que eu falei com um dos engenheiros da Dallara (responsável pelo carro), ele me falou que deveria ser o mesmo peso ou um pouquinho menos do que o atual – o que eu acho difícil. Se for, vai ser o mesmo peso. Isso já é algo positivo. O carro tem mais aerodinâmica, pelo que eu entendi, tem em torno de 10% mais downforce que o carro atual, e o motor e o câmbio são os mesmos. Vamos ver como as coisas vão, tenho que pilotar esse carro para saber antes, mas o Fórmula 2 parece um carro bem pesado, bem diferente do que eu estou acostumado”, afirmou Bortoleto, que destaca a necessidade de um “desenvolvimento do zero” do novo carro com a futura equipe.

“Eu acredito que vai ser positivo. Mas é difícil falar se vai andar bem, se vai andar mal. Não sei como vou me dar com o carro da Fórmula 2 - é um carro bem diferente do Fórmula 3, até onde eu sei. Espero me dar bem com ele. Seria um sonho lutar pelo título, um top 3 até o final da temporada na Fórmula 2, porque as chances de uma vaga na Fórmula 1 são maiores”, acrescentou.

Enquanto a próxima categoria não chega, Gabriel Borboleto se diverte com os trocadilhos a respeito do sobrenome. 

“Eu dou risada”, sorri o paulistano de 18 anos. “Cada hora é ‘borboleto’, é ‘borboleta’, aí tem um lá que é ‘borboleto voa’. É bem legal. Eu aproveito, acho legal o público interagindo, os fãs, os amigos. Acho bem legal.”