Vizinha de Interlagos, médica do GP de São Paulo vê a F1 no autódromo pela primeira vez

Tamara Silveira começou a acompanhar categoria por influência do pai, e escolheu a profissão após diagnóstico de câncer da mãe

Por Emanuel ColombariThiago Tassi

Tamara Silveira passou a torcer por Sainz após episódio de apendicite do piloto
Band

A Avenida Rio Bonito é uma das principais da Capela do Socorro, bairro na Zona Sul da cidade de São Paulo. No final de sua extensão, ela se encontra com a Avenida Interlagos, em um cruzamento que fica ao lado da subida dos boxes do Autódromo de Interlagos. Para o público que assiste às provas do circuito pela TV, é possível ver o cenário da região no final de cada volta, depois que os carros passam pela curva da Junção.

O GP de São Paulo de F1 tem cobertura completa e transmissão exclusiva da Band (TV aberta), do BandSports (TV fechada), em Band.com.br e Bandplay.

É nesta região que mora a médica Tamara Silveira, uma das responsáveis pelo atendimento médico no Grande Prêmio de São Paulo de 2024. Aos 33 anos, mesmo vivendo ao lado do autódromo, ela acompanha pela primeira vez a Fórmula 1 no local.

“A maioria das fotos que eu estou vendo da pista, eu acabo vendo meu prédio no fundo. Eu falo: ‘Isso é muito esquisito’”, brinca ela em entrevista ao Band.com.br.

Graduada em Direito, Tamara recalculou a rota e entrou na faculdade de Medicina em 2018, aos 27 anos, após um diagnóstico de câncer de ovário da mãe. Formou-se em 2023 e começou a trabalhar nos atendimentos médicos de eventos esportivos. Em 2024, cobriu no autódromo as 6 Horas de Interlagos, etapa brasileira do WEC.

O gosto pela Fórmula 1 veio na infância, contou, por influência do pai. Mas após a morte de Ayrton Senna em 1994, as corridas ficaram um pouco de lado na vida dela.

“Eu acompanhava com meu pai na época do Senna. Pouco tempo, porque eu sou de 1990. Só que, depois disso, fiquei um tempo sem assistir. Meu pai acompanhava muito Fórmula 1, então eu tinha uma noção, mas fui deixando”, explicou a médica, que só retomou o gosto em 2024.

“No começo do ano, uma amiga começou a pilhar bastante, a mandar vídeo, aqueles vídeos entre os pilotos fazendo jogos e tudo. Foi bem divertido isso. Eu comecei a achar muito engraçado, comecei a gostar dessas conversas e comecei a acompanhar outras coisas ao mesmo tempo. Eu achei isso muito legal”, completou.

Hoje, o pai voltou a ser companhia na hora de acompanhar a F1. A mãe, que recebeu alta da oncologia em 2020, também tem começado a se interessar pelo gosto dos dois.

No GP de São Paulo de 2024, nem sempre Tamara consegue aproveitar para espiar o que acontece na pista. Mas quando a agenda permite uma rápida brecha, a médica vira fã e dá uma corridinha até a arquibancada.

“Depende muito do stand em que você está, do posto em que você está, se tem um médico, dois médicos. Com dois médicos, a gente consegue intercalar. Dá para dar um tempinho – se quero comer alguma coisa, se eu quero dar uma olhadinha, eu saio e a outra médica fica. Queria ver o quali, dar uma olhadinha, então dou um pulinho na arquibancada, tiro uma foto e volto. Mas precisa sempre ter um médico no posto”, explica a médica, que vem tendo uma rotina tranquila nos primeiros dias do fim de semana.

“A gente tem atendimento principalmente relacionado com desidratação, cefaleia por conta do calor – o sol está muito forte. Teve uma reação alérgica também por conta do sol. Mas a gente vai acompanhando. A medicação é uma medicação mais simples por conta da rotatividade. Se tiver um paciente mais sério, a gente precisa saber selecionar qual é o paciente que a gente vai dar uma atenção mais focada ou uma atenção mais voltada para orientações gerais. Em geral, tem sido tranquilo.”

E quando a médica Tamara vira a torcedora Tamara, para quem vai a torcida? A resposta: Carlos Sainz. Mas o espanhol da Ferrari ganhou a preferência por um motivo, digamos, médico - ficou fora do GP da Arábia Saudita em decorrência de uma apendicite, mas voltou já na prova seguinte, o GP da Austrália, e venceu.

“Eu comecei a acompanhar a Fórmula 1 neste ano por causa do Sainz. A história do apêndice. Achei a história do apêndice engraçada”, lembra. “Teve a questão do apêndice, aí voltou, ganhou a corrida seguinte todo ainda com atadura, enfaixado. Eu falei: ‘Nossa, raiz isso’. Eu achei bem divertido.”

Programação do GP de São Paulo de F1

Sexta-feira, 1º de novembro

Sábado, 2 de novembro

Domingo, 3 de novembro

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