Já faz quase dois meses desde que Max Verstappen cruzou a linha de chegada do GP de Abu Dhabi em primeiro para conquistar o título da F1 de 2021. Porém, a polêmica em torno da conquista ainda deve acompanhar o holandês por muito tempo. Só que para Max, a forma como a parte final da corrida decisiva foi conduzida pela direção de prova não mancha a temporada do piloto da Red Bull.
"De maneira alguma. Eu tive uma ótima temporada e acho que mereci. Também tive muito azar. As pessoas sempre lembrarão da última corrida, mas se você olhar para toda a temporada, o campeonato poderia ter sido decidido bem antes", dispara Verstappen em entrevista ao “The Guardian”.
O atual campeão, que celebrará o fato em 2022 adotando o número 1 no carro, reservado aos detentores de título, relembrou os momentos críticos daquela última volta em Abu Dhabi, momento em que as pernas doíam com cãibras.
“O que se passava na minha cabeça? Eu pensava que precisava passar ele, era a única opção. Eu não ia terminar em segundo. Eu sabia que tinha mais aderência e resolvi surpreendê-lo naquela curva. Eu estava acabado. Mais uma volta e eu não teria conseguido terminar a corrida. O nível de estresse é tão alto na última volta que seu corpo reage a isso, mas você não pode desistir. Eu podia sentir meu pé vibrar. Não dava mais para controlar, porque meus músculos estavam tendo espamos…”, revela o piloto da Red Bull.
Max revela que quando viu seu pai, Jos Verstappen, ao sair do carro achou que ex-piloto teria um infarto com o final da corrida.
"Eu achei que ele fosse morrer, porque parecia que ele estava prestes a ter um infarto. Estava pálido, foi incrível. A cor da pele dele não estava nem um pouco saudável", brinca.
Verstappen também falou do momento em que Hamilton foi parabenizá-lo pela conquista.
"Eu o vi rapidamente, quando tiramos nosso capacete, mas acho que ele disse ‘parabéns, cara’. Não lembro exatamente as palavras. Mas foi legal da parte dele fazê-lo imediatamente"
Questionado sobre como se sentiria na situação de Hamilton, Max diz que a situação teria sido diferente pelo fato de o rival já ter experimentado a conquista de sete títulos.
"É difícil me imaginar naquela situação porque não tenho sete títulos. Se eu fosse heptacampeão, provavelmente doeria um pouco menos do que perder o primeiro após liderar toda a corrida e perder na última volta. Teria sido bem mais doloroso do que perder quando você já tem sete", reflete Verstappen.
Os rivais voltam a se enfrentar nas pistas a partir do dia 20 de março, no primeiro GP do ano, no Bahrein. Antes disso, os carros vão para a pista na pré-temporada da F1. A primeira bateria vai de 21 a 23 de fevereiro, em Barcelona. A segunda, entre 10 e 12 de março, já no Bahrein.