Em entrevista ao site “Grandprix247”, o atual presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Mohammed ben Sulayem, se mostrou contrário às manifestações de Lewis Hamilton e Sebastian Vettel em prol de causas políticas e sociais dentro da F1.
O mandatário citou até mesmo como exemplo de “imposição de crença”, a campanha feita por Lando Norris e pela McLaren sobre a conscientização da saúde mental.
“Niki Lauda e Alain Prost só se importavam em pilotar. Agora, Vettel usa uma bicicleta com as cores do arco-íris, Lewis é dedicado aos direitos humanos e Norris aborda a saúde mental. Todos têm o direito de pensar. Para mim, trata-se de decidir se devemos colocar nossas crenças acima do esporte o tempo todo.
“Eu sou de uma cultura árabe. Eu sou internacional e muçulmano. Eu imponho minhas crenças a outras pessoas? De jeito nenhum! Nunca. Se você olhar para a minha operação nos Emirados Árabes Unidos: são 16 nacionalidades! Cite-me uma federação que tenha tantas nacionalidades.
"Além disso, há mais de 34% de mulheres e 7 religiões. E há ainda mais cristãos do que muçulmanos. Tenho orgulho porque cria credibilidade e mérito. Mas eu imponho minhas crenças? Não. As regras estão lá, mesmo agora há problemas quando se trata de – por exemplo – joias. Não fui eu que criei isso.”
Os anos de 2020 e 2021 viram pilotos como Vettel e Hamilton se expressarem como nunca antes em favor de diversidade, igualdade e em causas ligadas ao meio ambiente.
Após vencer o GP da Toscana de 2020, o britânico da Mercedes vestiu uma camiseta em homenagem à Breonna Taylor, morta em março daquele ano, na cidade de Louisville (EUA), a tiros disparados em seu apartamento por policiais.
Em mais de uma oportunidade, como nas etapas da Hungria, Qatar e da Arábia Saudita, a dupla adotou capacetes e outros itens de roupa com as cores do arco-íris pela conscientização dos direitos dos grupos LGBTQIA+.
Vettel, inclusive, sediou uma corrida de kart só para mulheres na etapa da Arábia Saudita, em Jeddah, no ano passado, para se posicionar a respeito dos poucos direitos que as mulheres têm no país.