Pierre Gasly esteve entre os cotados para diversas equipes em 2023, como Red Bull e McLaren. No entanto, sabia desde o começo que os planos do time austríaco era de que ele permanecesse na AlphaTauri no ano que vem.
Em entrevista publicada nesta quinta-feira (11) pela versão italiana do site Motorsport.com, Gasly afirmou que havia conversado com Helmut Marko, consultor da Red Bull, no começo do ano. Por isso, já sabia que o plano da diretoria era mantê-lo na equipe satélite da Red Bull por mais uma temporada.
“Sempre nos vemos todos os anos para falar sobre o futuro. E ele (Marko) foi muito claro ao me dizer que eles queriam me manter em AlphaTauri”, disse Gasly.
O piloto francês chegou a manifestar o interesse de ser promovido em 2023 à vaga ao lado de Max Verstappen na Red Bull. No entanto, a partir do momento em que o time renovou o contrato de Sergio Pérez até o fim de 2024, soube que a prioridade era mantê-lo onde estava.
“Assim que conseguiram (renovar com) Pérez, eles queriam que eu ficasse onde estou, e continuaremos até meu contrato expirar. O próximo ano será meu 10º como piloto da Red Bull, inacreditável. Depois? Veremos o que acontece”, acrescentou o piloto, agora cotado para uma vaga na Alpine em 2023.
Pierre Gasly chegou ao programa de formação de pilotos da Red Bull em 2014, quando disputou a Fórmula Renault 3.5. Mais tarde, correu a Fórmula 2 (2014 a 2016) e a Super Fórmula (2017). Estreou na F1 pela Toro Rosso, inicialmente como substituto de Daniil Kvyat no decorrer de 2017.
Para Gasly, a força que seu nome mostrou no mercado foi natural. “Acho que tem havido tantos rumores em torno do meu nome porque a Red Bull ainda não tinha anunciado claramente o que estava planeado comigo”, acredita.
Má fase
Pierre Gasly ainda buscou explicações para o mau momento que a AlphaTauri vive na temporada 2022. Com 27 pontos após 13 corridas, o time ocupa apenas a oitava colocação no Mundial de construtores, e não pontua há cinco corridas. Em 2021, o time italiano foi o sexto entre os construtores.
Para o piloto francês, há duas explicações para a situação atual. A principal é a falta de competitividade do carro desta temporada nos sábados de classificação. A partir daí, fica mais difícil encarar as rivais.
“A primeira (explicação) está ligada à perda de competitividade na classificação, uma frente em que estávamos indo muito, muito bem no ano passado. Eu estava constantemente no Q3 - no Q1, eu só precisava de um jogo de pneus para passar do corte, e esse é o primeiro motivo que nos afetou nesta temporada. Não somos competitivos o suficiente na qualificação e isso torna as corridas difíceis.
“A segunda razão está ligada à evolução mostrada por nossos rivais diretos, como Alfa Romeo, Alpine e até Haas. No ano passado, estávamos lutando pelas primeiras posições entre as equipes de classificação média”, completou.
Com posições piores no grid de largada, a AlphaTauri tem mais trabalho para chegar à zona de pontuação. E para piorar, segundo Gasly, o time tem sofrido com problemas e com um bocado de falta de sorte.
“Além de não sermos muito competitivos, tivemos vários problemas com o carro. Até coisas estúpidas, como o assoalho que quebra nas voltas pré-grid ou durante a corrida, depois contatos, acidentes, problemas mecânicos, problemas com os freios”, listou.
“Às vezes poderíamos ter trazido alguns pontos para casa, mas se você começa do fundo, sempre arrisca muito na primeira curva, se expõe a imprevistos, e esse aspecto repercute na classificação geral. Mesmo com o carro deste ano, que não é tão bom quanto o da temporada passada, poderíamos ter conseguido cerca de 15 pontos a mais do que conseguimos”, calculou.