O anúncio da renovação por dois anos de Sergio Perez com a Red Bull movimentou uma das últimas peças do quebra-cabeças do mercado de pilotos da Fórmula 1 para a próxima temporada. Apesar do mexicano ainda não ter vencido em 2024 e ocupar apenas a quinta colocação do Mundial de pilotos (enquanto seu companheiro de equipe, Max Verstappen, lidera), a equipe austríaca decidiu pela extensão do contrato. Mas qual o motivo dessa decisão? Para Lourenço Barreto, apresentador da F1, a avaliação que se tem dentro do time e a falta de boas opções justificam o novo vínculo.
"A Red Bull acredita que ele oferece o pacote completo de que precisa ao lado de Verstappen. Ele tem mostrado um ritmo decente, mesmo sem consistência, e tem uma relação harmoniosa com o companheiro de equipe", disse Barreto, citando os quatro pódios conquistados em oito corridas - três vezes terminou em segundo e uma vez acabou em terceiro lugar. Segundo o jornalista, a direção da Red Bull ainda espera que o mexicano contribua com mais pontos e "suba de nível" para abrir distância sobre a Ferrari no Mundial de Construtores.
O papel valorizado pela equipe para justificar a renovação tem marcado a trajetória do mexicano na Red Bull como parceiro ideal para sustentar as conquistas de Verstappen, atual tricampeão. "Perez está fazendo exatamente o que a Red Bull precisava que ele fizesse: apoiar Verstappen e garantir que a Red Bull esteja bem preparada para defender o campeonato de construtores", afirmou.
Outro motivo para a renovação foi a falta de um grande nome para assumir uma parceria com Verstappen. Segundo Barreto, dois nomes foram cotados, Carlos Sainz e Yuki Tsunoda, mas as negociações não evoluíram em nenhum dos casos. "A equipe avaliou o bom desempenho do Sainz, que venceu uma corrida e conquistou três pódios neste ano, mas as conversas nunca aceleraram a ponto de ficarem sérias".
Segundo o jornalista, resta agora ao espanhol da Ferrari escolher entre Williams e Sauber/Audi. "Ambos os projetos oferecem estabilidade a Sainz, o papel de líder de equipe e a oportunidade de liderar a reconstrução de um ex-gigante da F1 ou de um fabricante novato. Mas ambos também significam uma viagem para o final do grid e uma luta para conseguir pontos em vez de pódios ou vitórias".
Já quanto ao japonês da Alpha Tauri, a avaliação é que ainda falta rodagem. "Eles decidiram que, apesar do início notável de Tsunoda em 2024, ele não estava pronto para subir para a Red Bull, nem seu companheiro de equipe Daniel Ricciardo ou seu piloto reserva Liam Lawson". Sem alternativas, a opção mais viável era seguir com Perez. "Com tudo isso em mente, eles decidiram que a continuidade e a união entre os companheiros de equipe eram a melhor opção", disse Barreto.
A renovação de Perez, ao mesmo tempo que frustra alguns pilotos, mexe com o mercado. Com a porta fechada na Red Bull, Sainz é tratado como prioridade da Williams para ser parceiro de Alexander Albon. "Seria uma das escalações mais impressionantes do grid de 2025", disse o jornalista, que também adiantou que o plano B da equipe é o finlandês Valtteri Bottas, atualmente na Sauber, equipe que planeja ter Sainz ao lado de Nico Hulkenberg, hoje na Haas. A alternativa ao espanhol seria as chegadas de Esteban Ocon, que deixará a Alpine ao fim da temporada, ou ainda Tsunoda.