O que mudará na Fórmula 1 com a entrada da Cadillac no grid em 2026?

Projeto liderado pela General Motors foi aprovado pela F1, deixando de lado a iniciativa de Michael Andretti

Da redação

GM estreará na F1 com equipe Cadillac; em 2028, entrará com motores próprios
General Motors

A temporada 2026 da Fórmula 1 será marcada por muitas novidades, com carros menores e motores mais sustentáveis, capazes de maior recuperação de energia e movidos a combustíveis sintéticos. Mas é inegável que uma das novidades mais aguardadas pelo público esteja no grid: a entrada da Cadillac.

A estreia ainda não está confirmada, mas o projeto deu passos importantes. E, nesta segunda-feira (25), a F1 anunciou que chegou a um acordo para que o novo time estreie na temporada 2026.

O caminho, no entanto, tem sido longo. No fim de 2021, rumores nos bastidores da F1 indicavam que a Andretti poderia entrar no grid ao adquirir uma equipe – a Sauber era a principal candidatas, mas Haas e AlphaTauri também eram cotadas. No fim, o boato não se concretizou, mas a Andretti anunciou em 2022 que pretendia entrar na F1 iniciando a própria operação. Havia até um acordo com a Renault de fornecimento de motores.

Nos bastidores, a organização de Michael Andretti fez o que pode. Em janeiro de 2023, anunciou uma parceria com a Cadillac, marca que pertence à General Motors. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) até aceitou a candidatura, mas a F1 anunciou no começo de 2024 que o projeto havia sido recusado.

Ainda assim, algumas portas ficaram abertas. A principal: a F1 poderia reavaliar a candidatura se a GM se prontificasse a fabricar motores na categoria. O novo prazo para isso seria 2028.

Mas os planos ganharam sobrevida a partir de outubro, quando Michael Andretti deixou o cargo de CEO da Andretti. Em pouco tempo, a General Motors passou a encabeçar o projeto, até que veio o anúncio da entrada da Cadillac F1 Team, que deve estrear no grid em 2026. A entrada da GM como fornecedora de motores deve ficar para 2028.

O que muda na F1 com a entrada da Cadillac

A entrada de uma 11ª equipe na Fórmula 1 em 2026 vai provocar algumas mudanças – algumas, inclusive, decorrentes da entrada da Cadillac. Confira:

Qualificação

O principal impacto aos olhos do público deve ser nas sessões de qualificação. Com 22 carros no grid, o Q1 e o Q2 devem eliminar seis carros cada, contra cinco do atual formato. Já foi assim até 2014, último ano em que a F1 teve 11 equipes.

Motores

Há seis fabricantes inscritas como fornecedoras de motores para 2026: Audi, Ferrari, Honda, Mercedes, Red Bull Ford e Renault. A fabricante francesa, no entanto, não deve disputar a competição: a montadora optou por encerrar o projeto na F1, e a Alpine – então única a usar as unidades de potência em questão – correrá com Mercedes a partir de 2025.

Como a Cadillac entrará como equipe cliente, alguma fabricante ganhará mais um time. As mais cotadas são Ferrari (que trabalhará com Ferrari e Haas) e Honda (que fornecerá apenas para a Aston Martin).

Estruturas

Uma das principais alegações da F1 para recusar a Andretti era o fato de que uma nova equipe “representaria um fardo operacional para os promotores de corridas, sujeitaria alguns deles a custos significativos e reduziria os espaços técnicos, operacionais e comerciais dos outros concorrentes”.

Com a entrada da Cadillac, algumas questões precisarão ser adequadas. Entre elas, os espaços para uma nova equipe nos circuitos ao redor do mundo.

Pilotos

Prepare-se para rumores agitados. A partir do momento em que o acordo entre GM e F1 for oficializado, espera-se uma corrida de nomes na mesa da equipe – inclusive entre as especulações.

E a Andretti?

A Andretti deixou a liderança do projeto da equipe, mas ainda participa da operação. Isso porque a iniciativa aprovada é fruto da parceria da General Motors com a holding TWG Global, que é sócia de diversas organizações – entre elas, a Andretti.

Não por acaso, Mario Andretti – campeão da F1 em 1978 e pai de Michael Andretti – foi escolhido para presidir o conselho administrativo do novo time.

“Meu primeiro amor foi a Fórmula 1. E agora, 70 anos depois, o paddock da F1 ainda é um lugar feliz para mim”, comemorou Mario Andretti. “Estar envolvido a essa altura da vida: eu tenho que me beliscar para garantir que não estou sonhando.”

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